O ex-presidente da Pfizer Carlos Murillo afirmou nesta quinta-feira (13/5), em depoimento na CPI da covid do Senado, que a empresa procurou o governo federal em maio de 2020 para oferecer lotes da vacina contra a covid-19 ao Brasil. De acordo com o executivo, as tratativas começaram com os ministérios da Saúde e da Economia, mas que outras entidades foram procuradas.
A entrega dos imunizantes ocorreria a partir de dezembro do ano passado, sendo ofertadas, na proposta mais favorável, 2,5 milhões de doses, ainda naquele ano. Em seguida, as demais seriam entregues nos quatro trimestres deste ano, divididas em novos lotes.
"Na primeira etapa, resumimos as condições sobre as vacinas. Começamos as reuniões ao mesmo tempo em todos os países do mundo. Em 6 de agosto, o ministério demonstrou interesse em nossa vacina, e no dia 14 de agosto apresentamos a oferta, uma de 30 milhões de doses e outra de 70 milhões de doses", disse Murillo.
As vendas ocorreriam em dois contratos, um para 30 milhões de doses e outro de 70 milhões, completando no total 100 milhões. "Mesmo 26 de agosto, para 70 milhões, oferecemos 1,5 milhão para 2020, 3 milhões para o primeiro semestre, 14 milhões segundo trimestre, 26 milhões para o terceiro trimestre de 2021", completou.
"Em 11 de novembro, fizemos oferta para 70 milhões, e conseguimos ofertar 2 milhões para o primeiro trimestre de 2021, 6,5 milhões para o segundo trimestre, 32 milhões no terceiro e 29 milhões no quarto trimestre de 2021", disse Carlos Murillo. Ele destacou que um contrato de 100 milhões foi assinado neste ano, e outro, para mais 100 milhões de imunizantes está em fase final de realização.
Ao ser questionado pelo senador Renan Calheiros se o governo dificultou as negociações, o representante da Pfizer disse que houve ausência de resposta. “Não posso afirmar objetivamente que se dificultou a conversa. Não teve resposta positiva", destacou.