O presidente da CPI da Covid do Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse, nesta quarta-feira (12/5), que não tomará a iniciativa de determinar a prisão do ex-secretário de Comunicação do governo Fábio Wajngarten, que está prestando depoimento à comissão. O depoente é acusado por vários parlamentares de faltar com a verdade com o colegiado.
Aziz disse que não determinará a prisão de Wajngarten porque "não é carcereiro" e porque o depoente trouxe a informação de que o governo desprezou uma oferta de vacinas feita pela Pfizer em setembro de 2020.
"A CPI, hoje, teve uma informação que nós não tínhamos, de que metade da cúpula do governo sabia, desde o dia 12 de setembro, que a Pfizer estava oferecendo vacina para a gente. Ele que trouxe a informação, nenhum de vocês sabia disso. Nenhum de nós sabia disso. Talvez tenha sido a informação mais importante de toda a CPI. Não serei carcereiro", disse Aziz, ao negar a prisão do depoente.
"Se depender de mim, eu não vou mandar prender o senhor Fábio Wajngarten. Eu não quero cometer injustiça", disse o presidente da comissão, que também afirmou que outros membros do colegiado têm competência para determinar a prisão do ex-secretário.
Entre aqueles que pediram a prisão de Wajngarten estão o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
"O Brasil espera que nós apuremos, aqui, nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, se houve genocídio ou não. Nós já perdemos esse número de brasileiros que nós vamos lembrar aqui, e este senhor vem a esta Comissão descaradamente, repetindamente mentir. Nós vamos requisitar de Vossa Excelência, na forma da comissão, uma ordem de prisão. Se Vossa Excelência assim não determinar nós vamos ter que fazê-lo individualmente, tanto eu como o senador Randolfe Rodrigues", afirmou o relator da CPI.
Por sua vez, Contarato disse esperar que a "Comissão Parlamentar de Inquérito dê uma resposta à altura do estado flagrancial que este depoente está aqui praticando". "Eu espero que essa CPI tenha o comportamento de não demonstrar que, no Brasil, infelizmente, só quem fica preso é pobre, afrodescendente e analfabeto. Nós estamos diante de um estado flagrancial do artido 342. Antes de senador, eu sou delegado de polícia há 27 anos e já inquiri muitas pessoas", disse o senador.