O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha anunciou, ontem, que voltou a usar as redes sociais. O retorno do ex-deputado às plataformas acontece após a revogação das prisões preventivas que vigoravam contra ele, que vinha cumprindo pena em regime domiciliar desde o ano passado por causa da pandemia da covid-19.
“Estou retornando a usar as mídias sociais e quero agradecer todas as manifestações de carinho recebidas dos muitos amigos e daqueles que torcem por mim”, escreveu em sua conta oficial no Twitter. Em três postagens separadas, ele desejou bom dia aos seguidores, anunciou a retomada do espaço e escreveu uma mensagem de Dia das Mães.
A conta de Cunha na rede vinha sendo mantida pela filha dele, Danielle, desde sua prisão, em outubro de 2016. Alvo de processos em investigações anticorrupção, o ex-deputado estava encarcerado graças a pedidos de prisão preventiva em diferentes investigações.
O primeiro pedido, que era referente a investigações da Operação Lava-Jato, foi derrubado em 28 de abril pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O TRF julgou um recurso da defesa do ex-deputado, mais de três anos depois de ter referendado sua condenação em primeira instância, proferida pelo então juiz Sergio Moro na Justiça Federal de Curitiba.
O segundo pedido de prisão, referente à Operação Sepsis e que havia sido decretado em 2017, foi derrubado na última quinta-feira pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O magistrado sustentou que, após um ano detido em domicílio, não viu necessidade de manter a prisão preventiva, que era a última barreira para que Cunha se visse livre.
No primeiro caso, o ex-presidente da Câmara foi condenado a 15 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas envolvendo a compra de um campo de petróleo na África pela Petrobras — a pena havia sido reduzida a 14 anos e seis meses de prisão na segunda instância. No segundo, ele foi alvo da Sepsis, desdobramento da Lava-Jato que investigou desvios do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), gerido pela Caixa Econômica Federal.
Apesar de as prisões terem sido revogadas, foram mantidas as restrições a viagens internacionais. Cunha responde aos processos em liberdade.