O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã deste sábado (8/5), a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, que sempre questionou as cotas raciais. Desde o início do mandato, o chefe do Executivo nega o racismo como um problema no país. Bolsonaro também rechaçou o rótulo de "racista". No último dia 6/5, ele afirmou a um apoiador com cabelo estilo black power que estava vendo uma "barata" na cabeça dele.
"Jamais esperava estar aqui. Já ouviram falar isso daí. A imprensa toda contra, os mais variados rótulos. O que mais pegou foi o racismo e a gente demonstra aí que não existe isso para mim. Até digo, né, somos todos iguais. Sempre questionei a questão de cotas. Acho que a cota eleva o homem pela cor da sua pele como subalterno ao outro de cor de pele diferente. Somos iguais. O meu sogro é o Paulo Negão", alegou.
O presidente ainda argumentou: "Essa semana, teve uma passagem, poderia ser qualquer um, mas por coincidência, o afrodescendente Robson veio da Rússia. Um trabalho longo para a gente trazer de volta um inocente". Ele se referiu a Robson de Oliveira, preso em 2019 na Rússia ao desembarcar no país com remédios proibidos. À época, Robson trabalhava como motorista do jogador de futebol brasileiro Fernando. A medicação era para o sogro do atleta. O homem recebeu indulto e desembarcou no Brasil no último dia 5/5.
As cotas raciais são reservas de vagas em vestibulares, provas e concursos públicos destinadas a pessoas de origem negra, parda ou indígena. O objetivo é fazer com que esses grupos tenham maiores chances de ingresso em universidades e mercado de trabalho diante do racismo estrutural ainda muito presente no país.