Em mais um rompante, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (7/5) que o decreto contra a política de lockdown adotada por governadores e prefeitos na tentativa de conter a disseminação da covid-19 está pronto. No entanto, ele não informou se irá usá-lo ou quando. O mandatário, crítico desde o início das medidas restritivas, relatou ainda considerar que alguns líderes estaduais tomaram a decisão sem conhecimento prévio, mas que sempre é hora de ter coragem e corrigir “erros”.
A exemplo da última quarta-feira (5), o chefe do Executivo ressaltou que “todos irão cumprir” a medida caso ele decida pelo decreto. Declarações ocorreram durante inauguração da Ponte sobre o Rio Abunã em Porto Velho, Rondônia.
“Lamento a forma como alguns se comportaram há pouco tempo, creio até que muitas tomaram medidas por desconhecer o que estava acontecendo. Mas sempre é hora de mudarmos. Eu já errei muitas vezes, assim como todos que estão aqui já erraram em algum momento. É termos a altivez, a coragem de reconhecer o erro e tomar um novo rumo para o destino de cada um de nós. Vocês podem contar com um presidente que tem um coração verde e amarelo. Não receiará se tiver que tomar uma decisão, creio que a liberdade é o bem maior que nós podemos ter. Tenho falado, se baixar um decreto, que já está pronto, todos cumprirão. Por que todos cumprirão? Porque esse decreto nada mais é do que a cópia dos incisos do art 5º da Constituição que todos nós juramos defendê-la”, apontou.
Em novas críticas aos governadores, Bolsonaro destacou que “o direito de ir e vir é sagrado” e que não mais se justifica o fechamento de comércios e toques de recolher no país. O Brasil registrou, até essa quinta-feira (6), mais de 414 mil brasileiros mortos por conta do vírus. “A nossa liberdade de crença também é sagrada, assim como o trabalho. Não se justifica, daqui para frente, depois de tudo que nós passamos, fechar qualquer ponto do nosso Brasil. Aquele que abre mão de parte de sua liberdade em troca de segurança, por menor que seja, acaba, no futuro, não tendo liberdade e nem segurança”, completou.
"Morrer lutando"
Bolsonaro também disse que os brasileiros preferem “morrer lutando do que perecer em casa” e foi ovacionado por parte do público local ao usar a expressão “meu Exército” e dizer que a corporação não será utilizada como maneira de policiamento de toque de recolher.
“Eu me coloco na situação daqueles que perderam tudo ou quase tudo por decisões que devem ser refeitas, repito, como eu também já errei. Eu posso fazer semelhante ao que muitos já fizeram, mas o meu Exército jamais irá às ruas para mantê-los dentro de casa. A minha Marinha, o meu Exército e a minha Aeronáutica jogam dentro das quatro linhas da Constituição”, porém, ressaltou, “não admitiremos quem queira jogar fora das 4 linhas da nossa Constituição”.
“E pode ter certeza: se cada um de nós militares aqui presentes juramos um dia dar a vida pela nossa Pátria, vocês (população), que são o grande exército brasileiro, farão tudo, até a própria vida para garantir a sua liberdade”, acrescentou.
Por fim, o presidente disse que conta com o apoio da população para ter força para continuar dirigindo a nação. Também estiveram presentes no evento em Rondônia o tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet; os ministros Tarcísio Freitas, Eduardo Ramos, Augusto Heleno; o presidente da Caixa, Pedro Guimarães; o governador do Acre, Gladson Cameli; o governador de Rondônia, Marcos Rocha; os senadores Marcio Bittar e Marcos Rogério; além do empresário, Luciano Hang.
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