O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, presta o primeiro depoimento nesta terça-feira (4/5), a partir das 10h, na CPI da Covid-19. Investigação apura falhas dos governos federal e estaduais no combate à pandemia.
Luiz Henrique Mandetta deve detalhar os sucessivos embates com o Planalto na fase inicial da pandemia, até a demissão. Governistas tentarão apontar falhas na gestão do ex-ministro e politização com vistas para 2022.
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Expectativa
Abatido pelo negacionismo do Palácio do Planalto, Mandetta tem potencial para provocar sérios danos políticos ao governo Bolsonaro. Médico com carreira política e com planos eleitorais para 2022, Mandetta deve oferecer fartos subsídios para a oposição, maioria na composição da CPI. Como antecipado no livro Um paciente chamado Brasil — os bastidores da luta contra o coronavírus, que conta os embates entre Mandetta e o presidente da República, são esperadas revelações de negligência por parte do mandatário em relação à pandemia.
A narrativa que distanciou Bolsonaro do então ministro tem como ponto de partida o fatídico 15 de março de 2020, quando o presidente descumpriu as orientações expressas de seu gestor da Saúde e cumprimentou, sem máscara e com direito a selfies, apoiadores que foram às ruas em manifestações pró-governo.
À época, Mandetta procurou não criticar abertamente a conduta do mandatário. Ao invés disso, juntou estudos e dados para convencer o chefe sobre a gravidade da pandemia. Apontou que, se nada fosse feito, o país chegaria a 200 mil mortos por covid. Hoje, o Brasil conta mais que o dobro dessa previsão.