Senadores aprovaram a convocação de governadores à Comissão Parlamentar de Inquérito da covid-19 sob reclamação de governistas. Isso já era esperado, já que independentes e oposição decidiram pela convocação de chefes de Executivo locais esvaziando a narrativa de governistas de que o colegiado teria a intenção de perseguir o presidente Jair Bolsonaro. Para completar, a convocação de governadores também abriu precedente para o requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, de convocar o mandatário.
Estão sendo chamados para depor, após 17 de abril, com datas ainda a marcar, os governadores do Amazonas, Wilson Lima (PSC), do Pará, Helder Barbalho (MDB), de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), de Roraima, Antonio Oliveira Garcia de Almeida (sem partido), do Amapá, Waldez Góes (PDT), de Rondônia, coronel Marcos José Rocha dos Santos (PSL), do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), e Wellington Dias (PT), na condição de representante do Fórum dos Governadores.
O bate-boca desta terça-feira na CPI começou após o senador Randolfe avisar no plenário que o acordo estaria mal costurado. Pouco depois, senadores da oposição, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) e governistas fizeram exceção sobre algumas nomeações. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), reagiu. “Isso é falta de respeito para comigo, que fiz um acordo com vocês. Nós fizemos um acordo, senador Humberto Costa (PT-PE)”, reclamou. “Acordo é se convoca todo mundo. A base do governo vai votar contra a convocação do (ministro da Saúde) Queiroga, do (ex-ministro da Saúde) Eduardo Pazuello, e vai votar a favor de governadores?”, provocou Randolfe.
Marcos Rogério (DEM-RO) interveio e disse que “não foi esse o acordo”. Aziz provocou mais uma vez e afirmou que “parece que não aprovamos nada”. O governista acusou Randolfe de convocar Bolsonaro para evitar a convocação de governadores, requerimentos que, no entanto, foram aprovados em seguida. Aziz lembrou que não fica satisfeito com todas as convocações, mas que há um acordo.
“Eu fico triste. Eu tenho grande respeito pelo ex-governador e senador Jader Barbalho (MDB). Não é nenhuma alegria fazer isso com o filho dele. Não dá para fazer uma coisa ali e chegar aqui e o senador dizer que é contra. Não façam isso comigo”, irritou-se mais uma vez.
Saiba Mais
- Política No STF, se avalia que não existe impedimento para CPI convocar Bolsonaro
- Política 'Não vejo motivo para ser convocado pela CPI', diz governador de Alagoas
- Cidades DF Governador Ibaneis Rocha é convocado para depor na CPI da Covid
- Política CPI aprova nova convocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.