Mesmo com a nota informativa do Ministério da Saúde que ampliava a recomendação do uso da cloroquina em pacientes de covid-19 sendo liberada logo após o general Eduardo Pazuello assumir o comando da pasta, o militar afirmou que a nomeação "em hipótese alguma" esteve condicionada a uma recomendação para adotar tratamento a base da medicação. A declaração foi feita nesta quarta-feira (19/5) durante a sabatina da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19.
Sobre a cloroquina, Pazuello disse que a pasta apenas publicou nota informativa que segue as orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM), permitindo aos médicos o uso off label do medicamento e instruindo a dosagem segura. Ele afirmou que a prescrição de medicamentos é prerrogativa dos médicos e que as decisões foram acertadas junto aos conselhos estaduais e municipais de Saúde (Conass e Conasems). "Eu não recomendei. A nota faz apenas um alerta", defendeu, afirmando que a nota nunca foi suspensa porque não há uma conclusão cientifica sobre o assunto.
Ao opinar sobre o uso indiscriminado do fármaco, o ex-ministro disse que não se deve "distribuir um medicamento A, B ou C sem prescrição médica. Não concordo com isso. Cumpram exatamente o que o médico oferecer", disse.
À época da publicação da nota, o presidente Jair Bolsonaro fez diversas declarações públicas afirmando que iria facilitar o uso da cloroquina e hidroxicloroquina e sempre portava uma caixa do medicamento durante os pronunciamentos. Mesmo assim, o ex-ministro afirmou que nunca recebeu ordens diretas do mandatário "para nada".
Questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB/AL) sobre a frequência em que Pazuello se encontrava com Bolsonaro, o general respondeu: "menos do que gostaria. Preferia ter encontrado mais vezes", afirmou, completando que tal relação precisaria e poderia ser maior. "São cargos e agendas complicadas. Objetivamente, uma, duas vezes por semana era o que conseguíamos conversar".
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