"Passeio que custou meio milhão de reais aos cofres públicos e que não teve resultado concreto nenhum para o Brasil e o combate à pandemia". Assim definiu o senador da oposição e vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede/AP), sobre a comitiva encaminhada a Israel, em março, para tratar sobre um spray nasal contra o vírus. A crítica recaiu em especial contra o ex-policial e assessor Max Moura, cuja contribuição não foi esclarecida durante o depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.
Randolfe questionou Araújo sobre qual seria o papel técnico de Max Moura. O ex-chanceler, por sua vez, frisou que na equipe havia dois técnicos, mas que a "missão compreendeu contratos de natureza política com o governo israelense" e que o "papel como assessor especial do presidente da República era o papel de assessor de presidente da República".
Segundo o vice-presidente, trata-se de "uma missão que o ex-chanceler sequer consegue delimitar os papéis dos envolvidos". Além de Araújo e Moura, participaram da comitiva o assessor do Planalto Felipe Martins, que também teve pedido de convocação apresentado por senadores, o ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten, os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) e Helio Lopes (PSL/RJ) e auxiliares do Itamaraty. Apenas dois técnicos participaram da viagem: Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, e Marcelo Morales, secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Cooperação
Também questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB/AL) sobre o motivo da viagem, Araújo afirmou que o objetivo foi "antecipar a cooperação para ter acesso a medicamentos para o tratamento da covid-19". Por enquanto não há qualquer tipo de acordo neste sentido.
Ao término da sessão desta terça-feira (18/5), Randolfe declarou que as declarações do ex-ministro deixam evidente que a pasta "virou um apêndice do gabinete da doença que atuava negando a gravidade da pandemia".
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