No dia em que a CPI da Covid, no Senado, teve seu dia mais tenso — com o depoimento do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten —, o presidente Jair Bolsonaro afirmou não temer “absolutamente nada”. Ele sustentou que o governo “fez o que pôde” na crise sanitária, que já matou mais de 428 mil pessoas.
“Temos certeza de que dias melhores teremos pela frente. Esta pandemia realmente foi um castigo para o mundo todo. O governo fez o que pôde. Os que não fizeram nada, agora querem atrapalhar o governo”, disparou, durante cerimônia no Palácio do Planalto. “Acredito nas instituições, não temo absolutamente nada e deixo bem claro: só Deus me tira daqui. Não queremos desafiar ninguém, respeito os demais, mas vão nos respeitar. Nunca tiveram da minha parte uma só sugestão, ato ou palavra para censurar quem quer que seja. Somos um país livre, direitos fundamentais são para ser respeitados”, acrescentou.
O chefe do Planalto destacou, ainda, que, no futuro, sua gestão “deixará saudades”. “É um governo que também erra, mas um governo que, enquanto durar o nosso mandato, vai buscar fazer o melhor para todos. Tenho certeza de que, um governo que no futuro, não sei se em 2022 ou 2026, vai deixar saudades pelo perfil das pessoas que passaram por ele”, ressaltou. “E nós temos a obrigação de fazer isso, não é virtude. Isso é o que tem que ser feito. É fácil? Não é fácil. Tenho 28 anos de vida parlamentar. É muito difícil fazer a coisa certa. Fazer errado, tem os elogios públicos, tem as manchetes dos jornais, mas não é esse o caminho certo. É um governo jovem, muitos ministros sem qualquer malícia.”
Voto auditável
Ele voltou a defender a aprovação do voto impresso, insinuando, mais uma vez, a possibilidade de fraudes nas eleições por causa do sistema eletrônico. “Tenho certeza de que nas urnas de 2022, com o voto auditável aprovado por vocês, tendo à frente a (deputada) Bia Kicis, não teremos mais dúvida. Não pairará qualquer sombra de dúvida na cabeça de qualquer cidadão brasileiro se o processo foi conduzido com lisura ou não, porque será dessa maneira”, enfatizou.
Bolsonaro ainda enviou um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que não recorra da medida, caso o Congresso decida pela mudança. “Digo mais: se o Parlamento brasileiro promulgar, teremos voto impresso em 2022. Se vocês promulgarem, até o início de outubro deste ano, teremos voto impresso em 2022”, frisou. “Ninguém passará por cima da decisão do Parlamento brasileiro. Chega de sermos atropelados. O respeito tem de existir entre todos. Se se acostumaram no que era errado, vamos mudar, porque é um clamor do povo e também ser leal ao Parlamento brasileiro.”
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