CPI da Covid

"Fala de Wajngarten compromete o presidente", diz relator da CPI

Senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirma que depoimento do ex-secretário de Comunicação do governo confirma existência de um comando paralelo das ações federais na pandemia

Jorge Vasconcellos
postado em 12/05/2021 14:01
 (crédito: JEFFERSON RUDY)
(crédito: JEFFERSON RUDY)

O relator da CPI da Covid do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, nesta quarta-feira (12/5), durante o depoimento do ex-secretário de Comunicação do governo Fábio Wajngarten, que o depoente "é a primeira pessoa que incrimina o presidente da República (Jair Bolsonaro)". O parlamentar se refere ao fato de Wajngarten ter relatado ao colegiado que se envolveu diretamente em discussões com representantes da Pfizer interessados em vender vacinas contra o novo coronavírus ao Brasil. Segundo Renan, o depoimento do ex-secretário confirma que as ações federais na pandemia contam com um comando paralelo.

"Esse depoimento tem se encaminhado para um terreno muito ruim. Aqui, estiveram dois ex-ministros que confirmaram a existência de uma consultoria paralela. Feita a pergunta ao depoente, ele disse desconhecer a existência, mas é o contrário. Vossa senhoria é a prova da existência dessa consultoria. É a primeira pessoa que incrimina o presidente da República, porque iniciou uma negociação, em nome do Ministério da Saúde, como secretário de Comunicação, e se dizendo em nome do presidente. É a prova da existência disso", disse o relator da CPI.

Calheiros, que, momentos antes, disse que Wajngarten poderia ser preso por "mentir" à CPI, voltou a fazer a ameaça após o ex-secretário dizer que, embora tenha tido contato com executivos da Pfizer, não participou de negociações sobre a aquisição de vacinas. Essa versão, ressaltou o senador, é diferente do conteúdo da entrevista de Wajngarten à revista Veja, na qual ele admitiu ter participado das negociações.

"Eu queria, presidente (senador Omar Aziz (PSD-AM), solicitar à Vossa Excelência, requisitar o áudio da revista Veja para nós verificarmos se o secretário mentiu ou não mentiu. Se ele não mentiu, a revista Veja vai ter que pedir desculpas a ele. Se ele mentiu, ele terá desprestigiado e mentido ao Congresso Nacional, o que é um péssimo exemplo. Eu queria dizer que vou pedir à revista Veja que, se ela mentiu, se retrate a ele. E que, se ele mentiu à revista Veja e à comissão, eu vou requerer à Vossa Excelência, na forma da legislação processual, a prisão do depoente. Apenas para não dizerem que a gente está tratando as coisas com a seriedade que essa investigação requer", disse Renan Calheiros.

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