O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) comentou nesta sexta-feira (7/5) sobre os 25 mortos na operação policial do Jacarezinho no Rio de Janeiro, incluindo a do policial André Frias, 48 anos. Segundo o general, as vítimas eram todas bandidos. A declaração foi feita a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.
"Tudo bandido. Entra um policial, em uma operação normal, leva um tiro na cabeça de cima de uma laje. Lamentavelmente, essas quadrilhas do narcotráfico, elas são verdadeiras narcoguerrilhas que têm controle sobre determinadas áreas", apontou.
"É um problema da cidade do Rio de Janeiro, que já levou várias vezes que as Forças Armadas fossem chamadas a intervir. É um problema sério da cidade do Rio de Janeiro que vamos ter que resolver um dia ou outro", acrescentou.
"Quase que absoluta certeza"
Mais tarde, em uma entrevista à rádio O Povo CBN, Mourão amenizou o tom e disse ter quase "certeza absoluta" de que os mortos eram "marginais" e admitiu que não tinha informações sobre todos os mortos.
"Isso é a mesma coisa que se a gente tivesse combatendo no país inimigo. Quase a mesma coisa. A partir daí, houve esse combate de encontro e tenho quase que absoluta certeza, não tenho todos os dados disso, que os mortos eram os marginais que estavam lá, armados, enfrentando a força da ordem", emendou.
Segundo a polícia, a operação foi realizada para localizar e prender 21 acusados de aliciar crianças e adolescentes para o tráfico de drogas, que na comunidade é chefiado pela facção criminosa Comando Vermelho. Chefes da Polícia Civil do Rio negam que tenha havido execuções durante a operação.
Na quinta-feira (6), o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, durante entrevista coletiva, criticou o "ativismo" de quem "está contra o serviço da polícia". "Nós estamos do lado da sociedade, policial não entra (na favela) para executar ninguém".
O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que investigará denúncias de abusos relacionados à operação policial.
Voto impresso
A exemplo do presidente Jair Bolsonaro, Mourão também defendeu a aprovação do voto impresso. "Daria segurança. Quanto tu vai no banco, você faz uma transação na maquininha, ela tira um negocinho [comprovante] que você guarda e confirma a operação. Acho que poderia ser estudado".
"O Congresso poderia debater isso. Você aperta seus dados para votação, sai um papel e você coloca numa urna. Se tiver alguma dúvida, você conta. Acho que isso não é nada demais", concluiu.
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