O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ministro das Relações Exteriores, o chanceler Carlos Alberto França, vão se reunir, nesta sexta-feira (7/5), com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. O encontro acontece dois dias após o presidente Jair Bolsonaro insinuar que a China pode ter criado o novo coronavírus em laboratório como arma para uma "guerra química".
“Vamos continuar trabalhando para manter as boas relações que o Brasil tem com a China. No que tange à questão da saúde, eu e o ministro Carlos França estamos trabalhando juntos. Amanhã, nós temos uma audiência agendada com o embaixador chinês”, informou Queiroga durante depoimento dado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, nesta quinta (6).
O objetivo da conversa, segundo o ministro da Saúde, é manter boas relações e até mesmo “ampliar” o vínculo com o país, “independentemente de quaisquer fatos”. Na quarta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro declarou que a covid-19 "é um vírus novo", e que "ninguém sabe se nasceu em laboratório ou se nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado".
"Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês", disse, sem citar explicitamente a China. Mais tarde, o mandatário negou ter se referido ao país asiático e maior parceiro comercial do Brasil em discurso realizado pela manhã no Palácio do Planalto.
Questionado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) sobre a existência de algum indício de que o novo coronavírus seja produto de uma guerra química, o ministro da Saúde disse que desconhece qualquer indício de guerra química vinda da China.
Parceria "sólida"
“O que eu posso dizer para o senhor em relação à China é que a nossa relação com o embaixador da China é a melhor possível”, disse Queiroga, que aproveitou para ressaltar a relação comercial dos países. “Brasil e a China são parceiros comerciais muito sólidos, participam de um bloco econômico importante”, completou.
De acordo com o quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro, há diálogo com a Embaixada da China “quase que semanalmente”. As conversas, segundo Queiroga, são lideradas pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França.
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