O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou, nesta quinta-feira (6/5) um requerimento na CPI da Covid para convidar o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem Rodrigues, para explicar a declaração de Jair Bolsonaro que insinua que a China pode ter criado a covid-19 para servir como arma para uma "guerra química".
Segundo Jereissati, o depoimento serviria para explicar o que é uma guerra química e se esta hipótese existe ou não em relação à fabricação em laboratório do novo coronavírus. "Porque, se não existe, estamos diante de um verdadeiro boicote internacional à compra de vacinas vindas da China", justificou o parlamentar.
"Ontem (quarta-feira), o presidente da República fez uma das declarações mais graves e sérias que eu já vi [...]. Se estamos vivendo uma guerra química, é uma das piores situações desde a Segunda Guerra Mundial. Se não, estamos fazendo uma injúria e calúnia contra o nosso maior fornecedor de vacinas nesse momento", completou Jereissati.
Na quarta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro declarou que a covid-19 "é um vírus novo", e que "ninguém sabe se nasceu em laboratório ou se nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado". "Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês", disse, sem citar explicitamente a China.
Mais tarde, o mandatário negou ter se referido ao país asiático e maior parceiro comercial do Brasil em discurso realizado pela manhã no Palácio do Planalto. "Eu não falei a palavra China [...]. Eu sei o que é guerra bacteriológica, guerra química, guerra nuclear. Eu sei porque tenho a formação. Só falei isso, mais nada. Agora ninguém fala, vocês da imprensa não falam onde nasceu o vírus. Falem".
A posição da Organização Mundial de Saúde (OMS), dada em março, é que o vírus provavelmente teve origem a partir do contágio direto de um animal para humanos.
Após o depoimento de Queiroga na CPI da Covid, o colegiado pode votar 61 requerimentos de informação sobre temas como compra de vacinas, respiradores e testes para covid-19, financiamento de leitos de UTI, produção de comprimidos de cloroquina e falta de oxigênio e de medicamentos para intubação de pacientes.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.