O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quarta-feira (5/5) o que chama de "tratamento precoce" e caracterizou que aqueles que criticam o uso dos remédios como cloroquina, ivermectina e nitazoxanida para a covid-19 e que não apresentam outra alternativa são "canalhas". No entanto, as drogas não possuem comprovação científica contra o vírus. A primeira, em março, teve o uso fortemente desaconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O chefe do Executivo também comentou sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19. Declarações ocorrem no mesmo dia em que o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, presta depoimento no Senado no âmbito da comissão.
"Canalha é aquele que é contra o tratamento precoce e não apresenta alternativa, esse é um canalha. O que eu tomei, todo mundo sabe, ouso dizer que milhões de pessoas fizeram esse tratamento. Por quê contra? E espero que a experiência de Manaus com doses cavalares de hidroxicloroquina seja completamente desnudada pelos senadores. Por que não se investe em remédio? Porque é barato demais? É lucrativo para empresas farmacêuticas ou para laboratórios investir no que é caro? Nós conhecemos isso", apontou.
"Se algum de vocês perceber um barulho na porta, ou na cozinha de vocês, à noite, vocês vão fazer o quê? Vão para baixo da cama? Ou vão se preparar para aquela pessoa que, com toda certeza, está invadindo seu imóvel? Com o vírus é a mesma coisa, temos que enfrentá-lo. Essa CPI, eu tenho certeza, vai ser excepcional no final da linha. Vai mostrar, sim, o que alguns fizeram, erradamente, com os bilhões entregues pelo governo para seus respectivos estados e municípios", relatou.
China
Por fim, Bolsonaro ainda teceu indiretas à China e insinuou que o novo coronavírus pode ter nascido "em laboratório".
"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês", concluiu.
No último dia 10, o presidente teceu comentário semelhante durante visita a uma família em São Sebastião. "Tem muito médico que aplica o tratamento imediato, que é combatido por canalhas. Porque o canalha fala que não serve para nada, mas não aponta alternativa. Deixa o médico trabalhar. O médico tem liberdade para receitar o que ele achar que deve ser receitado com conhecimento e com concordância do paciente", disse.
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