O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conversou nesta quarta-feira (28/4) com o embaixador chinês no Brasil, Yan Wanming. A conversa ocorreu um dia após o ministro Paulo Guedes disparar contra o país asiático dizendo que a China "inventou o vírus" e que, mesmo assim, teria uma vacina menos eficaz que os Estados Unidos. Ele também revelou uma conversa recente com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, para falar sobre vacinas.
"Em conversa telefônica com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, fiz dois pedidos: que (a China) apoiasse a aquisição pelo Brasil de 30 milhões de doses da vacina da Sinopharm, para entrega ainda no segundo trimestre deste ano; e que nos auxiliasse no fornecimento de IFAs (Ingredientes Farmacêuticos Ativos) com vistas à produção no Brasil de um total de 60 milhões de doses da vacina Oxford-AstraZeneca", disse o ministro, em discurso na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Ele defendeu que a China é um grande parceiro e afirmou que o ministro comprometeu-se a fazer tudo o que estivesse a seu alcance para cooperar. "Reservará e fornecerá ao Brasil, o quanto antes, quota maior de IFAs para a produção da vacina Oxford-AstraZeneca. Ressaltou, na ocasião, que abril seria mês crítico na China, e que precisam acelerar a vacinação interna. Mas afiançou que, em maio e junho, haverá grande aumento da produção de IFAs naquele país", detalhou.
Em seu perfil no Twitter, o embaixador Yang Wanming disse que conversou com o chanceler brasileiro na manhã de hoje. "Nesta manhã, conversei, por telefone, com o Chanceler brasileiro Sr. França. Concordamos em reforçar ainda mais a confiança política mútua num ambiente sadio e amigável, implementar os consensos entre os chanceleres, e continuar a nossa parceira de vacinas", disse ele, ao publicar uma foto de 2019 em que aparece ao lado de França.
Logo após a fala de Guedes, na terça-feira (27), Wanming chegou a responder às críticas, sem citar o ministro: "Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e dos insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial. A CoronaVac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil", disse ele no Twitter.