Depois de criar mais um embate diplomático com a China, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu desculpas por ter dito que a que "o chinês inventou" o novo coronavírus e, ainda assim, produziu uma vacina "menos eficiente". Ele alegou que a intenção não era ofender os chineses, mas destacar a capacidade do setor privado de colaborar com o combate à pandemia de covid-19.
"Usei uma imagem infeliz", desculpou-se Paulo Guedes, ao falar com a imprensa na noite desta terça-feira (27/04) na saída do Ministério da Economia. "A gente estava em uma reunião interna e falamos da necessidade do setor privado nos ajudar no combate à pandemia", acrescentou.
Em reunião do Conselho de Saúde Suplementar realizada na manhã desta terça-feira, Guedes disse que "o chinês inventou o vírus e a vacina dele é menos efetiva que a do americano". Ele ainda afirmou que a vacina norte-americana Pfizer "é melhor que as outras".
A declaração do ministro gerou mais uma crise diplomática com os chineses. Tanto que o presidente Jair Bolsonaro pediu para o novo chanceler brasileiro, Carlos França, entrar em contato com a Embaixada da China no Brasil para tentar conter o impasse com a Chna, que é o maior parceiro comercial do Brasil e também é responsável pela produção das matérias primas da Coronavac.
Guedes também pediu desculpas pelo "mal entendido" "ao embaixador da China, a algum simpatizante ou empresa chinesa". E alegou que queria ressaltar a capacidade de pesquisa do setor privado de uma "economia de mercado forte" como a dos Estados Unidos. "Mesmo para um vírus desconhecido que veio de fora conseguiram fazer uma vacina mais forte ainda do que a da própria região que saiu o vírus", afirmou Guedes.
Apesar de indicar novamente que prefere a Pfizer à Coronavac, o ministro lembrou que tomou o imunizante produzido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Ele tomou a primeira dose da Coronavac em 27 de março e a segunda dose no último domingo (25/04). "Somos muito gratos à China por ter enviado a vacina", frisou.
Guedes reforçou que o governo continua negociando a vinda de mais vacinas para o Brasil. Ele acredita que a vacinação em massa da população brasileira é fundamental para a recuperação da economia brasileira, mas destacou que indicadores econômicos, como a criação de empregos formais, seguem reagindo mesmo diante da segunda onda da pandemia de covid-19.