Senadores decidem, na manhã desta terça (27/4), o presidente, o vice-presidente e o relator da Comissão parlamentar de inquérito da Covid-19. A plenária foi fechada para a imprensa, que acompanha a sessão do lado de fora. A expectativa geral é de que o senador Omar Aziz (PSD-AM) ocupe a cadeira principal, seguido por Randolfe Rodrigues (Rede-AP) como vice, e por Renan Calheiros (MDB-AL) como relator. O próprio senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que decidiu concorrer à presidência, admitiu que dificilmente teria votos.
Girão afirmou, porém, que não desistiria. Embora se coloque como independente, o senador tem trabalhado junto com o governo ao menos no que diz respeito à CPI. Ele quer a presidência para indicar um senador que não seja Renan Calheiros, considerado experiente e de oposição ao governo. Em contrapartida, seu desejo é de que o líder do DEM no Senado, senador Marcos Rogério (RO), que é governista, assumisse a relatoria. O podemista afirmou em coletiva que conversaria com Randolfe para conquistar mais votos.
A ideia é que ele se candidatasse a presidente com Randolfe como vice, e ambos alternassem a chefia do colegiado. Mas a fala ocorreu minutos antes do início da própria sessão. O amapaense disse desconhecer o acordo. “O jogo está jogado. Ninguém é ingênuo. Foi feito um acordo com oposicionistas. E quem conhece meu trabalho sabe que sou independente”, afirmou Girão. Ele insistiu, mais uma vez, que a CPI seria palanque político, e que é necessário investigar governadores, que, lembrou, já foram alvos de operação da Polícia Federal.
Questionado sobre as declarações negacionistas de Bolsonaro e de ministros, feitas de forma pública, durante todo o ano de 2020, ele evitou tecer críticas ou se posicionar. “É preciso que os anseios da população sejam atendidos. Eu gostaria que meus requerimentos também sejam aprovados. A gente quer toda a verdade, e não só parte da verdade. O governo está se preparando, pegando dados. É uma pandemia nova. Está todo mundo aprendendo”, afirmou.
O senador tem 44 requerimentos, e quer ouvir o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, e a subprocuradora da Procuradoria-Geral da República (PGR), Lindoura Araújo.