Pazuello, só depois de receber informações
Quem tem experiência com comissões parlamentares de inquérito já avisou aos integrantes da CPI da Covid que o ex-ministro Eduardo Pazuello não pode ser convocado logo nos primeiros dias. Antes, a comissão precisa ter um cenário seguro do cronograma das vacinas, fazer uma "sessão de cinema" com os vídeos e declarações sobre o tema, coletar documentos e, também, ouvir os fabricantes. O roteiro dos trabalhos, aliás, é considerado crucial pelo futuro relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
O governo, por sua vez, monta a própria estratégia focado na perspectiva de virar o canhão da CPI para os governadores, mas não tem hoje maioria para essa guinada. Até aqui, quase todas as ações do governo só levaram à aproximação dos independentes à oposição.
Tasso e Ciro
No Ceará, é voz corrente entre os amigos do senador Tasso Jereissati (PSDB) que, se o ex-governador e ex-deputado Ciro Gomes abrir mão da candidatura para apoiar o tucano, todos os postulantes de centro o acompanharão. Quem abriu esse caminho foi o ex-deputado Eduardo Jorge, que disputou a Presidência da República pelo PV, conforme registrou esta coluna em 14 de abril, na nota "Biden brasileiro".
Falta combinar
O presidente do partido, Bruno Araújo, reforçou a hipótese da candidatura, mas o problema é que o PSDB não se uniu em torno de Tasso, uma vez que o governador de São Paulo, João Doria, disputará a prévia. Sem união em casa, não tem conversa com outros partidos.
Esse não sai
A resposta de Ciro Gomes até o momento foi tentar empinar a própria candidatura, com a contratação do marqueteiro João Santana para cuidar da pré-campanha. Alguns consideram que esse movimento levou o pedetista a "queimar a largada". A leitura foi a de que Ciro só aceitará qualquer aliança se estiver na cabeça de chapa. Posição idêntica à do PT de Lula.
Fortalecido
A área política do governo, leia-se o Centrão, decidiu dar mais lastro ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A ordem é esperar o desenrolar da CPI da Covid, para, aí sim, pressionar por novos espaços no primeiro escalão.
CURTIDAS
Te cuida, Guedes/ O apoio do Centrão a Ricardo Salles tem um motivo claro: os partidos ali representados consideram a área ambiental muito problemática. Preferem, se for para ter mudança no governo, pegar um naco do Ministério da Economia, em especial, Indústria e Comércio.
Onde mora a ambição/ A área industrial é porta aberta para o meio empresarial. E , sabe como é, a um ano da eleição, é o melhor caminho para conseguir alguma ajuda na campanha, ainda que seja via pessoa física.
Por falar em eleição.../ Faltando praticamente um ano para deflagrar de vez a campanha, os deputados hoje preferem mais a liberação das famosas emendas do que um cargo de ministro. O tempo é pouco para conhecer a máquina, os cortes no Orçamento foram grandes e, quando o sujeito conseguir caminhar sem um guia pelo próprio ministério, já estará na hora de sair.
A senhora do diálogo/ A contar pela agenda da ministra Flávia Arruda nos últimos dias,o governo está mesmo dedicado a tentar quebrar resistências no Congresso. Dia desses, recebeu a deputada Tábata Amaral (foto), do PDT de São Paulo.
Hoje tem Oscar. Mais um motivo para ficar em casa.