O presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Manaus nesta sexta-feira (23/4), onde participou da cerimônia de inauguração da segunda etapa do Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasquez (CCAVV). Na chegada, o mandatário cumprimentou apoiadores com apertos de mãos e tirou selfies em meio a aglomeração. Durante discurso, ele agradeceu após receber o título de cidadão honorário local e apontou que em seu governo, “o Brasil começou a sair das garras da nefasta esquerda brasileira”. A visita à cidade ocorre três meses após a crise de oxigênio e a falta de UTIs que culminou na morte de pacientes. Outros tiveram que ser transferidos para outras cidades.
O projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa e que concede o título ao chefe do Executivo é de autoria do deputado Delegado Péricles (PSL). “É uma satisfação estar aqui no coração do Brasil. Logicamente, esse título de iniciativa do deputado Péricles é muito bem-vindo. Estou muito orgulhoso do mesmo, até pelo momento que atravessa o Brasil e pelo momento que passou o nosso estado. Uma situação onde ninguém esperava que fosse acontecer. Esse título é um reconhecimento da grande maioria da Assembleia Legislativa, da parceria que tem o governo federal com o estado do Amazonas e com a cidade de Manaus. Muito obrigado, Péricles, Assembleia e essa população toda a qual devemos lealdade absoluta”, apontou.
Bolsonaro aproveitou a ocasião para criticar o petista Fernando Haddad, que concorreu com ele em 2018 à cadeira presidencial, destacando que, se dependesse dele, o país estaria cumprindo lockdown nacional. Mais de 370 mil brasileiros perderam suas vidas para a doença. “Lembro-me aqui dos idos 2017, quando fui recebido no aeroporto nesta capital. Um dos eventos mais marcantes da minha vida e, com toda certeza, fez a diferença nas eleições de 2018. Agradeço a Deus pela minha vida, agradeço a vocês, povo de Manaus, povo do Amazonas, pela confiança em mim depositada. Fizemos a diferença. O Brasil começou a sair das garras da nefasta esquerda brasileira. Estes, do atraso em qualquer lugar do mundo, começaram a ficar para trás. Imaginem essa pandemia com Haddad presidente da República. Estaríamos num lockdown nacional. Graças a Deus, isso não aconteceu”, completou.
O presidente ainda agradeceu ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello pelo serviço prestado. As ações do governo federal no combate à pandemia, em especial no Amazonas, são ponto central das investigações a serem feitas pela CPI da Covid.
"Conseguimos com a equipe de Brasília colaborar, e muito, para que os danos dessa pandemia fossem diminuídos, em especial, pelo Ministério da Saúde, que teve até a pouco tempo, o senhor Pazuello. Aqui presente, o ministro (Marcelo) Queiroga, que dá prosseguimento ao seu trabalho. A gente pede a Deus que essa pandemia logo nos deixe e o Brasil possa voltar a sua normalidade. É isso que todos nós queremos", continuou.
O ministro do Turismo, Gilson Machado, aproveitou o momento para defender efusivamente Pazuello.
“Cadê o general Pazuello? Cadê ele? Venha cá. Eu fui testemunha da luta desse homem pela erradicação da doença no nosso país. Fui testemunha de que um dia após a Anvisa ter liberado a vacina para o Brasil, eu estava com Bolsonaro em Coribe, e já tinha a vacina em todo o Brasil. Quero dizer, Pazuello, que nós somos muito gratos ao seu empenho e queria mostrar o vacinômetro, que poucas pessoas divulgam, uma parte da imprensa. Vocês não divulgam que somos o 4º país do mundo em entrega de vacinas. O 5º em vacinação pelos estados e municípios, mas, em entrega pelo governo federal, nós somos o 4º país do mundo. Nós já ultrapassamos o Reino Unido, de acordo com Queiroga. Então minha gente, se de 193 países estamos em 4º lugar, somos os primeiros na América Latina. Então, presidente Bolsonaro, os números falam por si só”, alegou.
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), também endossou agradecimentos ao general. "Eu quero fazer um reconhecimento ao Governo Federal, que nos ajudou e foi fundamental nesse processo no enfrentamento do enfrentamento da Covid-19. E, aqui, eu quero fazer um agradecimento muito especial ao general Eduardo Pazuello, que viveu no estado do Amazonas os momentos mais difíceis que pelo qual o nosso povo passou".
Real inimigo
Bolsonaro reforçou ainda que governadores usam o vírus para fins políticos e que o inimigo é o vírus, e não ele próprio.
"Lamentamos aqueles que usam o vírus para fins políticos. O nosso objetivo, o nosso inimigo é um só: o vírus. E tenho certeza, com Deus e esse povo maravilhoso do nosso lado, nós venceremos todos esse obstáculos", concluiu.
A estrutura, que teve investimento de R$ 40 milhões visa impulsionar segmentos turísticos e credenciar Amazonas para receber eventos de grande porte. O complexo passa a ter capacidade para 10 mil pessoas simultaneamente e se consolida como o maior centro de convenções na região Norte, diz o governo.
Na ocasião, o presidente ainda anunciou investimento de R$ 1,2 bilhão para o Fundo Geral do Turismo (Fungetur) na recuperação do turismo local. Bolsonaro também fez entrega simbólica de cesta básicas, e o Ministério da Cidadania prometeu distribuição para 121 mil famílias.
Estiveram presentes o ministro da Cidadania, João Roma, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o atual ministro da pasta, Marcelo Queiroga, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. O mandatário segue para Belém, onde participará de cerimônia de entrega de cestas de alimentos do programa Brasil Fraterno, e retorna à noite para Brasília.
Por meio das redes sociais, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), comentou a visita de Bolsonaro ao Amazonas e disse que preferia que o intuito fosse visitar usinas de oxigênio e garantir kits de intubação. “A vinda de um presidente ao AM é sempre importante e desejo boa vindas. No entanto, com a notícia de que o governador esteve ontem no MS para tratar de uma eventual terceira onda da COVID, preferia que a visita fosse para inaugurar usinas de oxigênio e garantir kits de intubação”, escreveu.
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