O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o Brasil terá neutralidade climática até 2050 – antecipando em 10 anos a promessa anterior, do governo Michel Temer. Na Cúpula dos Líderes pelo Clima, organizada pelo presidente americano Joe Biden, Bolsonaro afirmou que já em 2025, a redução das emissões de carbono será de 37%. Para 2030, o compromisso é de reduzir em 40% as emissões e erradicar o desmatamento ilegal.
"Somos um dos poucos países em desenvolvimento a adotar e reafirmar uma NDC transversal e abrangente, com metas absolutas de redução de emissões inclusive para 2025 de 37% e de 40% até 2030. [...] Entre as medidas necessárias para tanto, destaco aqui o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030, com a plena e pronta aplicação do nosso código florestal", disse.
No início de seu discurso, no entanto, Bolsonaro disse que o Brasil é responsável por menos de 1% das emissões de gases do efeito estufa nos últimos 200 anos e é responsável por apenas 3% do que é jogado na atmosfera hoje.
Ele afirmou que o país é pioneiro no uso de biocombustíveis renováveis e que incentiva a inovação no campo para tornar a agricultura sustentável. "Somos pioneiros na difusão de biocombustíveis renováveis, como o etanol, fundamentais para a despoluição de nossos centros urbanos. No campo, promovemos uma revolução verde a partir da ciência e da inovação. Produzimos mais com menos recursos, o que faz da nossa agricultura uma das mais sustentáveis do planeta", disse.
Bolsonaro afirmou que o país tem orgulho de preservar a floresta amazônica e as fontes de água doce. Com isso, argumentou, o Brasil evitou a emissão de mais de 7,8 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera.
"Temos orgulho de conservar 84% do nosso bioma amazônico e 12% de toda a água doce da terra. Como resultado, somente nos últimos 15 anos, evitamos a emissão de mais de 7,8 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera. À luz de nossas responsabilidades comuns, porém diferenciadas, continuamos a colaborar com os esforços mundiais contra a mudança do clima."
Ao citar os atos de preservação do Brasil, ele voltou a pedir recursos, o que já era esperado por especialistas que veem Bolsonaro alinhado ao discurso de Salles. "É preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta, como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação. Estamos, reitero, abertos à cooperação internacional", disse.
Ele afirmou, ainda, que o chamado dos EUA para a preservação do clima coincide com as ações que estão sendo adotadas pelo governo brasileiro. O presidente falou sobre a bioeconomia e disse que isso deve contemplar os interesses de todos os brasileiros, incluindo indígenas e a sociedade em geral.
Ele argumentou que é fundamental poder contar com a contribuição de países, empresas, entidades e pessoas dispostas a atuar na solução desses problemas, ao dizer que a população amazônica, mesmo contando com rica diversidade natural, tem um péssimo índice de desenvolvimento humano.