A cantora Anitta aderiu à campanha que pede a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. Nesta quarta-feira (21/4), a cantora foi ao Twitter engrossar o coro pela demissão do palaciano do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A hashtag #ForaSalles tem sido usada por personalidades, políticos de oposição e ativistas da natureza para pedir a troca da chefia da pasta.
A manifestação de Anitta, que classificou o ministro como “desserviço para o meio ambiente” foi rebatida pelo próprio Salles. Ele respondeu o pedido da cantora chamando-a de “Teletubbie”, em menção ao programa infantil que fez sucesso entre o fim dos anos 1990 e o início dos anos 2000.
A campanha contra Salles tem ganhado musculatura. Ex-ministra do Meio Ambiente e candidata a presidente em 2010, 2014 e 2018, Marina Silva (Rede) afirmou que a mudança precisa ocorrer “pelas florestas, pelos povos indígenas, pelo Brasil, pelos animais, pelo clima e pelas próximas gerações”.
A representação brasileira do Greenpeace, uma das mais conceituadas organizações ambientais do globo, também compõe a força-tarefa. “Na impossibilidade de extinguir o Ministério do Meio Ambiente por causa da pressão pública, Bolsonaro colocou quem está o destruindo por dentro. É preciso dar o basta!”!, lê-se em mensagem publicada pelo grupo.
Apoiadores do governo federal, por seu turno, têm rebatido a campanha de personalidades. O deputado federal mineiro Junio Amaral (PSL), aliado de primeira hora do presidente, foi um deles. “Já percebeu que quanto mais fiel aos valores que prevaleceram nas urnas em 2018, mais perseguido é pela classe política? Com Ricardo Salles não é diferente”, escreveu.
Salles enfrenta pressão crescente
A um dia da Cúpula de Líderes Sobre o Clima, a política ambiental brasileira enfrenta múltiplas ameaças. Vinte e quatro governadores estaduais, incluindo Romeu Zema (Novo-MG), assinaram carta endereçada a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. No documento, os políticos garantem estar alinhados à “emergência climática global” e pedem cooperação para questões ambientais no país. A Coalizão Governadores pelo Clima pretende fazer contraponto a Bolsonaro.
A cúpula sobre o clima é liderada, justamente, por Biden. Paralelamente à pressão dos governadores, empresários pedem que o governo tome medidas concretas quanto aos problemas ambientais.
A cobrança ocorre em meio a notícias negativas na área ambiental, como a mudança no comando da Polícia Federal no Amazonas, que tinha postura independente, por um nome alinhado ao Palácio do Planalto, e a divulgação de que o desmatamento na Amazônia registro o pior mês de março dos últimos dez anos.