Brasília-DF

Governo repete estratégia contra Renan

O governo tenta forçar o adiamento da instalação da CPI da Covid para, em campanha
via redes sociais, tentar constranger os senadores e evitar a nomeação de Renan Calheiros (MDB-AL) para relator do colegiado. Esse mesmo recurso foi usado em 2019, quando os bolsonaristas
de Davi Alcolumbre começaram um movimento em todas as redes sociais,
a fim de evitar a eleição de Renan para a Presidência da Casa.


Em conversas reservadas, senadores aliados ao Planalto já alertaram que esse “remédio” perdeu o efeito. O governo entrou tarde na articulação política dentro da CPI e, até agora, sequer buscou os integrantes do colegiado para organizar o seu jogo. Vai apostar nas redes sociais num momento
em que a lógica é interna do MDB, o partido a quem cabe a indicação do relator.

Não contem com ele

Escolhido para presidir a CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM) já avisou, a quem interessar possa, que o MDB tem a prerrogativa de indicar o relator, e o nome que for apresentado pelo líder do partido, Eduardo Braga, será nomeado para o cargo.

Onde está o perigo

O maior receio, hoje, do governo dentro da CPI da Covid é, já nos primeiros depoimentos, o presidente Jair Bolsonaro se ver emparedado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que, ao lado do chefe do Executivo, dizia que, ali, “um manda, outro obedece”. Nesse sentido, da parte do governo federal, será debitado na conta de Bolsonaro.

Toma que o filho é teu

Os aliados do Planalto estão se preparando para tentar jogar as mazelas da covid no colo dos governadores. Porém está difícil. Afinal, a compra de vacinas, por exemplo, é de responsabilidade do governo federal, dentro do programa de imunização.

Flávia passa de fase/ Líderes de partidos aliados ao governo consideraram o acordo para sanção do Orçamento uma vitória da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (foto). Porém, para ter sucesso no cargo ela precisa, agora, garantir a liberação dos recursos decorrentes desse acordo.

Próximo desafio/ A ministra terá de conciliar, agora, dois serviços: atender o Orçamento de 2021 e, de quebra, liberar os restos a pagar de anos anteriores, cobrados pelos políticos para atender suas bases eleitorais. Não será fácil, porque o caixa de onde saem os recursos para essas duas demandas
é o mesmo.

Novo estilo/ A ministra está disposta a mostrar aos deputados que não está no governo a passeio. Ontem, por exemplo, foi acompanhar in loco a votação dos vetos. A presença dela no Congresso será uma constante.

Enquanto isso, no DEM.../ O líder na Câmara, Efraim Filho, quer distância da briga entre Rodrigo Maia e Arthur Lira. Eles que se entendam.

…A onda é me inclua fora dessa/ O senador Marcos Rogério (RO) avisa que ficará como vice-líder do governo, pelo menos, por enquanto. No partido, porém, há uma vontade de que ele deixe a função para ter mais liberdade de ação. Afinal, nos tempos de PFL, o DEM foi da “tropa de choque” de Fernando Collor. Não quer repetir a dose.