O presidente Jair Bolsonaro comentou indiretamente, nesta terça-feira (13/04), a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado para investigar a atuação do governo federal no enfrentamento da pandemia da covid-19. A apoiadores que o aguardavam na porta do Palácio da Alvorada, que, ao tirar selfies com o mandatário, pediram que ele sorrisse, o chefe do Executivo disparou: "(Olha) o dia que eu passei e você quer que eu sorria?", disse, rindo, cedendo ao pedido de uma bolsonarista.
“Sorria que o povo está com o senhor. O povo te ama presidente, independente de qualquer coisa", rebateu a mulher.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco afirmou que a CPI poderá investigar também possíveis irregularidades cometidas por governos estaduais, distritais e municipais no uso de recursos repassados pela União para o enfrentamento da crise sanitária, como desejava o presidente. Entretanto, na contagem de líderes de partidos, o governo deverá contar com minoria entre os membros do colegiado.
Bolsonaro ainda voltou a defender o tratamento precoce para a covid-19, apesar de medicações como cloroquina, ivermectina e nitazoxanida não possuírem comprovação científica contra o vírus. A primeira, em março, teve o uso fortemente desaconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A um apoiador que se disse médico ortopedista, o presidente questionou: “É ortopedista, mas off label funciona para você também, não funciona?”. “Eu não falo o nome agora, mas tem mais medicamento na praça aí, eu não falo o nome porque vai ser criminalizado”, emendou.
“Tem dois medicamentos aí, até melhor do que muitos e tem outro que está dando quase 100%, 95% em estado grave”, completou, sem citar quais. No sábado (10/04), Bolsonaro chamou de "canalha" quem critica a utilização do kit cloroquina.
Por fim, ele repetiu críticas ao lockdown em meio à pandemia e disse que a solução para o desemprego é o retorno da população ao trabalho. "Os meios é não continuar fechando tudo (sic). Estão destruindo empregos aí", concluiu.