O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta segunda-feira (12/4) que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para apurar as ações do governo federal no âmbito do combate à pandemia da covid-19 deve incluir também os governadores e prefeitos. Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou abertura de investigação após pedido dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
"Como está colocado ali, (a CPI) tem dois aspectos. Um é muito amplo: ações de combate à pandemia. Acho que tem que envolver, também, estados e municípios", disse na entrada da vice-presidência, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Foram coletadas 32 assinaturas para instalação da comissão; são necessárias 27. Como a investigação não foi abertura após a coleta de assinaturas, os senadores foram ao STF. Após a determinação de Barroso, o presidente Jair Bolsonaro o criticou e o acusou de “militância política”.
No último domingo (11), um novo elemento foi adicionado, depois que Kajuru divulgou um áudio no qual Bolsonaro o pressiona a investigar também governadores e prefeitos na CPI. Ainda no áudio, ele afirmou que “tem que peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment (de ministros do STF) também”.
Sobre isso, Mourão disse não ter visto “nada demais” no diálogo. “A conversa entre o presidente e o senador Kajuru, não vejo nada demais. Não passa disso aí, uma conversa", afirmou, dizendo que a prerrogativa em relação à CPI é do Senado.
Na conversa com o senador, Bolsonaro ainda afirmou que “tem que peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment (de ministros do STF) também”. O presidente tem feito declarações nesse sentido. Mourão, por sua vez, afirmou apenas que a questão é uma "prerrogativa do Senado".
Nesta segunda, o presidente criticou o senador pela gravação e divulgação da conversa. "O dia em que eu fui gravado numa conversa telefônica, tá certo? Olha que ponto que chegamos no Brasil”, disse a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada nesta segunda.
Em seguida, quando um apoiador afirmou que a ação foi uma “sacanagem”, Bolsonaro afirmou: “Não é vazar, é te gravar. A gravação só com autorização judicial. Agora, gravar o presidente e divulgar? E outra: só para controle, falei mais coisas naquela conversa lá. Pode divulgar tudo da minha parte, tá?"