IMUNIZANTE

Vacinas com IFA nacional devem ser fabricadas apenas no segundo semestre

Declaração foi dada pela presidente da Fundação Fiocruz em audiência pública no Senado, nesta quinta-feira (8/4); com o acordo de transferência, país deve conseguir agilizar produção do imunizante a partir do 2º semestre. Hoje o IFA é importado da China

Em audiência pública da Comissão Temporária Covid-19 no Senado, nesta quinta-feira (8/4), laboratórios que produzem e distribuem vacinas contra a covid-19 salientaram que estão em processo de transferência de tecnologia para a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), mas que os imunizantes com o IFA nacional devem ser fabricados apenas no segundo semestre de 2021.

Os dois imunizantes produzidos e distribuídos no Brasil – a Coronavac e a vacina de Oxford – utilizam o IFA importado da China. Com os acordos de transferência de tecnologia concretizados, o Brasil deve conseguir agilizar a fabricação das doses, salientam os participantes da audiência.

Os representantes das empresas esclareceram a situação após os senadores manifestarem preocupação com o risco de o país não cumprir o cronograma de vacinação previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI), divulgado pelo governo federal.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto Butantan e do governo federal afirmaram que há uma “grande demanda” mundial pela vacina e que um dos maiores entraves para produção em larga escala é a aquisição de insumos para a fabricação.

Contrato com a farmacêutica AstraZeneca

Segundo a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o contrato com a farmacêutica AstraZeneca, que detalha a transferência de tecnologia para a produção do IFA da vacina, feita em parceria com a universidade de Oxford, deve ser assinado nas próximas semanas. Com isso, as entregas das vacinas com o ingrediente nacional se darão a partir do mês de setembro.

O acordo da tecnologia prevê que, até julho, 100,4 milhões de doses sejam produzidas a partir de IFA importado. Com o IFA nacional, a previsão é a produção de 110 milhões de ampolas no segundo semestre.

Insumos para a Coronavac

Após divulgar que houve um atraso na importação do IFA, necessário para produzir a vacina CoronaVac, o Instituto Butantan afirmou, nesta quinta, que até 20 de abril receberá 3 mil litros do insumo para produzir 5 milhões de doses do imunizante

Com isso, o instituto paulista confirma que completará a entrega de 46 milhões de doses até o final do mês para o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Até o momento, o Butantan entregou 38,2 milhões de doses.

Sem o IFA, o Butantan garantiria 41,4 milhões de unidades até abril, faltando 4,6 milhões. Com a remessa de importação parcelada, a entrega do mês ficará em, no máximo, 10,15 milhões de doses, menos da metade do que foi ofertado em março, quando o Butantan aumentou a produção e liberou 22,7 milhões de vacinas.

A desaceleração na produção, mesmo cumprindo com todo o cronograma, impacta no ritmo de vacinação, já que a CoronaVac representa, atualmente, mais de 80% da oferta do PNI. "A vacina de São Paulo, do Brasil, do Butantan, continuará sendo aplicada nos braços dos brasileiros", garantiu o governador de SP, João Doria, que também negou interrupção no processo de produção.

 

*Com informações da Agência Senado