Entre pedidos para ouvir especialistas de saúde, ex-ministros de diversas pastas e gestores locais, foram protocolados aproximadamente 260 requerimentos a serem incorporados nos planos de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. "Acho impossível deliberarmos todos de uma só vez", afirmou, nesta quarta-feira (28/4), o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AL), antes da reunião junto ao presidente Omar Aziz (PSD-AM) e o relator Renan Calheiros (PMDB/AL) para sistematizar o plano de trabalho.
O foco é começar os trabalhos convocando o alto escalão do Ministério da Saúde, deixando gestores locais para um segundo momento. "Também considero importante e necessário requisitar o relatório do TCU sobre as ações do governo federal no enfrentamento à pandemia", declarou Randolfe.
Entre os primeiros passos dos trabalhos estão a solicitação do acesso a todos os documentos, relatórios, previsão e execução de gastos e contratos firmados referentes à gestão da pandemia. O tema das notícias falsas e do grupo de milícias digitais ligadas ao Palácio do Planalto também deve ser incorporado à CPI a partir do uso das informações da CPI das Fake News e das investigações do Supremo Tribunal Federal (STF).
O que deve ficar para segundo plano são as oitivas dos governadores, foco de pressão dos senadores governistas. "As operações que relacionei em 18 unidades da Federação, tudo isso a tendência é que vire pizza", reclamou o senador Eduardo Girão (Podemos/CE), alegando que, no plano de trabalho, "colocaram lá um capitulozinho, uma coisa pequenininha, minimizando a importância dessas investigações dessas centenas de bilhões de reais". O cearense foi um dos responsáveis por peticionar, junto à Justiça, um mandado de segurança para barrar a relatoria de Calheiros.
Ao comentar sobre a movimentação, Randolfe disse acreditar ser perda de tempo. "Seria mais produtivo focar nas investigações, encontrar as razões para o agravamento da pandemia", afirmou. Mas disse que isso está no direito dos parlamentares. "Qualquer cidadão tem direito a peticionar o que quer que seja, quando for, por mais esdrúxulo que seja."
Mesmo diante dos gargalos, que prometem dificultar o andamento da sessão desta quinta-feira (29), Randolfe voltou a frisar que a comissão não pretende perseguir ninguém, mas ir atrás dos fatos e, no desenrolar desta busca, definir as prioridades de convocar novas testemunhas. "Chamar qualquer um, seja ministro de Estado ou não, vai de acordo com a conveniência da percepção dos fatos", afirmou.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.