O senador e vice-líder do governo, Jorginho Mello (PL/SC), não está satisfeito com a escolha do relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e promete agir para derrubar a decisão, que definiu como "tratorada". Alegando que há um conflito de interesse, o catarinense cogita acionar a Justiça para reverter a situação e diz contar com apoio de outros senadores.
"Vamos avaliar, agora, qual vai ser a posição, se vai ser jurídica, para que a gente cuide disso", disse Jorginho, à imprensa. A justificativa do parlamentar é de que Calheiros é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), que pode ser, eventualmente, alvo de investigação dos trabalhos.
Base do governo, Jorginho já se posiciona como uma das principais defesas do presidente Jair Bolsonaro dentro da CPI. O parlamentar destacou a importância da comissão, mas alegou que "nossa união, força e esforço deveriam estar focados para atenuar [o momento]". "A CPI vai nos tomar tempo", alegou o vice-líder, justificando que as sessões precisam ser presenciais pela necessidade de se fazer uma análise "olho no olho das pessoas".
Jorginho ainda destacou que a "CPI investiga o passado e não o futuro" e que a Casa já atua no enfrentamento à pandemia com o olhar para frente, como, por exemplo, na movimentação de ações para auxiliar na busca ativa por mais vacinas e medicamentos contra a covid-19.
A ideia trazida pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-BA), e pelo relator, Renan Calheiros, é de que a CPI, além de investigar fatos e averiguar o impacto de ações e supostas omissões por parte do governo federal, também sirva como caminho para melhorar as medidas de enfrentamento daqui para frente, auxiliando na promoção de mais vacinas e medicamentos.
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