Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (15/4), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, defendeu a instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a atuação do governo federal diante da pandemia da covid-19 e o envio de verbas federais para estados e municípios. Segundo ele, os trabalhos do colegiado podem começar na quinta-feira da semana que vem (22).
De acordo com Randolfe, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também tem interesse no pronto início das atividades da comissão. "Falei ainda ontem (quarta-feira) com presidente Rodrigo Pacheco e a intenção dele é a instalação imediata da CPI. Imediata seria semana que vem. Se o presidente compreende que tem que ser logo, eu também compreendo. Acredito que poderá, perfeitamente, ser instalada presencialmente na quinta", comentou o senador.
"O Supremo compreendeu que a instalação da comissão é de imediato, não haveria de se questionar mais nada. Tem de ser instalada o quanto antes. Creio que todos os membros têm essa convicção. São conversas por iniciativas bilaterais", completou Randolfe.
Durante a entrevista, o parlamentar revelou que os três ex-ministros da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro (Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello) serão convocados a prestar depoimento na CPI. "A CPI precisa responder algumas perguntas cruciais, que afligem 360 mil famílias que perderam entes queridos e que querem saber de nós a resposta: se algo poderia ter sido feito para evitar que uma mãe, um pai, um avô perdessem a vida", destacou.
Randolfe frisou que a CPI da covid-19 é a mais importante do Congresso Nacional, visto que "nenhuma das outras CPIs apurou responsabilidade pela perda de vidas humanas". Dessa forma, na avaliação do senador, "essa CPI só não pode fracassar".
"Antes de qualquer coisa, esta CPI é uma medida sanitária. Hoje, nós somos o epicentro global da pandemia. Essa CPI só não pode dar errado, não pode virar chicana. Em homenagem às mais de 360 mil vidas de brasileiros perdidas e às famílias enlutadas, em homenagem a todos que já sofreram com a desgraça dessa pandemia, temos o dever histórico de dar satisfações", afirmou Randolfe.
90 dias
"Advirto a cada um dos colegas que está nessa CPI: suas biografias estarão sob análise e seus nomes entrarão na história, pela desonra ou pela glória", acrescentou o senador.
A princípio, a CPI terá 90 dias para conduzir a investigação. De todo modo, caso seja necessário, o tempo de duração do colegiado pode ser ampliado por decisão da presidência do Senado. Além de Randolfe, farão parte da comissão mais 10 senadores, que foram indicados pelos seus partidos na quarta-feira (14). Para que os parlamentares sejam confirmados, Pacheco precisa ler os nomes de todos durante sessão no plenário do Senado, o que deve acontecer ainda nesta quinta.
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