O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou, mais uma vez, contra as medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos para frear a pandemia de COVID-19. Segundo Bolsonaro, ele não é o ditador do Brasil, por isso ninguém poderia cobrar dele posicionamentos sobre o desemprego. A declaração foi feita para apoiadores nesta terça-feira (13/4).
"O pessoal fica reclamando que acabou o emprego, mas quem fechou o comércio não fui eu. Quem te obrigou a ficar em casa não fui eu. Eu faço a minha parte. É impressionante, com todo respeito aqui, o pessoal em vez de dar força para mim, criticam. Eu não sou ditador do Brasil", declarou, em frente ao Palácio da Alvorada.
Durante conversa, Bolsonaro respondeu um apoiador que pediu a ele atenção ao estado do Rio de Janeiro. Segundo Bolsonaro, “tem outras pessoas para tomar conta” da região.
"Lá, o povo elegeu 70 deputados estaduais e elegeu 51 vereadores. Eu sou presidente da República. Estados e municípios têm outras pessoas para tomar conta", disse.
Na tarde dessa segunda-feira (12/4), Bolsonaro disse que governadores e prefeitos estão dando 'amostra do comunismo' ao manterem as restrições.
Segundo o presidente, o Brasil está tendo “uma amostra do que é o comunismo e quem são os protótipos de ditadores”. Segundo ele, são “aqueles que decretam proibição de cultos, toque de recolher, expropriação de imóveis, restrições a deslocamentos, etc…”.
Prefeitos e governadores
Nas últimas semanas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ficaram em evidência após irem de encontro a uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques – indicado por Bolsonaro –, que pediu a volta de cultos e missas presenciais.
No estado de São Paulo e em BH as celebrações estão proibidas.
Na quinta-feira da semana passada, o STF decidiu que os estados e municípios podem restringir missas e cultos, deixando o governador paulista e o prefeito de BH nos holofotes da política brasileira.
No Brasil
Na segunda-feira (12/4), o país registrou 1.738 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas e totalizou 355.031 óbitos desde o início da pandemia.
A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias bateu um novo recorde e chegou a 3.125. É a pior média móvel de mortes pela doença já registrada, superando o número de 1º de abril (3.119).
Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil.
Durante a pandemia de COVID-19, Jair Bolsonaro adotou inúmeras medidas negacionistas. Desde negar a gravidade do vírus, postergar a compra de vacinas, não usar máscara e até provocar aglomerações.
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