Em nota assinada institucionalmente pela Corte, o Supremo Tribunal Federal (STF) respondeu a críticas do presidente Jair Bolsonaro contra o ministro Luís Roberto Barroso. Na quinta-feira (8/4), o magistrado determinou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, instale a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar ações e omissões do governo federal em meio à pandemia de covid-19.
Nesta sexta (9), irritado com a decisão, o presidente atacou o ministro em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada e pelas redes sociais. “Barroso se omite ao não determinar ao Senado a instalação de processos de impeachment contra ministro do Supremo, mesmo a pedido de mais de 3 milhões de brasileiros. Falta-lhe coragem moral e sobra-lhe imprópria militância política”, escreveu o presidente no Twitter.
- A CPI que Barroso ordenou instaurar, de forma monocrática, na verdade, é para apurar apenas ações do governo federal.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 9, 2021
- Não poderá investigar nenhum governador, que porventura tenha desviado recursos federais do combate à pandemia.
(Segue) pic.twitter.com/mIL4NnR20S
Em resposta, o Supremo destacou que as decisões dos magistrados tem base na Constituição. "O Supremo Tribunal Federal reitera que os ministros que compõem a Corte tomam decisões conforme a Constituição e as leis e que, dentro do estado democrático de direito, questionamentos a elas devem ser feitos nas vias recursais próprias, contribuindo para que o espírito republicano prevaleça em nosso país", informou.
Nos bastidores, foi quase unânime a decisão de responder ao presidente. Foi avaliado que uma resposta institucional seria a mais correta, para não acirrar os ânimos e não personalizar a crise gerada pelas declarações do presidente. Na hora das críticas, Barroso estava dando aula na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e o tema foi discutido pelos demais magistrados com o presidente do Tribunal, ministro Luiz Fux, de acordo com interlocutores.
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