O ministro da Defesa, general Braga Netto, anunciou, nesta quarta-feira (31/3), os novos comandantes do Exército, general Paulo Sérgio; da Marinha, almirante Almir Garnier dos Santos; e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. Este último ocupará um cargo um dia ocupado pelo pai, Carlos de Almeida Baptista, que comandou a Aeronáutica entre dezembro de 1999 e janeiro de 2003, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).
Baptista Júnior nasceu no Rio de Janeiro e ingressou na Força Aérea Brasileira (FAB) em março de 1975, tendo sido promovido a tenente-brigadeiro em março 2018. O oficial possui 4 mil horas de voo, sendo 2,2 mil horas em aeronaves de caça.
Na última segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o ex-ministro da Defesa general Fernando Azevedo, e escolheu para o seu lugar o general Braga Netto, que até então ocupava o cargo de ministro da Casa Civil. No dia seguinte, foram demitidos todos os comandantes das Forças Armadas: general Edson Leal Pujol, do Exército; Ilques Barbosa Junior, da Marinha; e Antônio Carlos Muaretti Bermudez, da Aeronáutica.
A demissão coletiva gerou a maior crise entre o Planalto e os militares. As escolhas dos novos comandantes mostram, entretanto, que o presidente Jair Bolsonaro quis seguir o critério de antiguidade, muito importante aos militares, para evitar um agravamento ainda maior da crise: o general Paulo Sérgio é o terceiro na lista dos mais antigos entre os generais quatro estrelas do Exército. Na Marinha, o almirante Almir Garnier dos Santos era o segundo na lista de antiguidade e Baptista Junior era o primeiro.
“Prerrogativa do presidente"
A apresentação dos novos comandantes foi curta, não tendo durado mais que cinco minutos. O general Braga Netto chegou e leu uma declaração, que iniciou dizendo que a sua nomeação é uma prerrogativa constitucional do presidente da República. O novo ministro destacou que o desafio do país no momento é o combate à covid-19, e que todo o governo “tem mobilizado seus esforços e energias para o enfrentamento dos impactos dessa pandemia”.
“As Forças Armadas são fatores de integração nacional e têm contribuído diuturnamente nessa tarefa com a Operação Covid-10 com inúmeras atividades entre elas, a de logística de transporte de EPIs (equipamentos de proteção individual) e oxigênio, a evacuação de pacientes de Manaus para todo o país e a vacinação de povos indígenas em áreas remotas. Os militares não faltaram no passado e não faltarão sempre que o país precisar”, disse, pontuando que as três forças “se mantêm fiéis às suas missões constitucionais de defender a Pátria, garantir os poderes constitucionais e as liberdades democráticas”.