Capitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Palmas, Curitiba e Belém registraram manifestações em comemoração ao golpe militar ocorrido em 31 de março de 1964. Muitos manifestantes estavam sem máscaras e desrespeitaram o distanciamento social recomendado em meio à pandemia do novo coronavírus.
Na capital paulista, cerca de 100 pessoas se aglomeraram em frente ao Comando Militar do Sudeste. O grupo tentou forçar a entrada no quartel, mas foi barrada pelos militares. Os manifestantes pronunciavam palavras de ordem em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e à intervenção militar. Também questionavam a eficácia das vacinas contra a covid-19 e defendiam remédios sem eficácia comprovada.
O governador de São Paulo, João Doria, criticou a celebração à ditadura militar e à nota escrita pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, no Twitter. O pai de Doria teve o mandato de deputado cassado durante a ditadura. “Ao contrário do que declarou ontem o novo ministro da Defesa, General Braga Neto, o Brasil não tem razão nenhuma para comemorar o Golpe de 64. Tem, sim, muitas razões para chorar a ditadura militar e os milhares de mortos e torturados na fase mais dura da história brasileira”, disse.
No Rio de Janeiro, os apoiadores se concentraram na orla de Copacabana. Parte dos manifestantes hostilizou um jovem que questionava os motivos do ato com palavras homofóbicas e frases como “vai pra Cuba”. A manifestação reuniu cerca de 100 pessoas e, apesar do apoio recebido dos motoristas que passavam no local, palavras como “genocida” e palavras pró-democracia também foram direcionadas aos manifestantes.
A Polícia Militar dispersou um grupo de apoiadores que estava em frente ao Quartel General em Belém. Em Palmas, um grupo de sete pessoas se aglomerou diate do 22º Batalhão de Infantaria para manifestar apoio ao presidente Bolsonaro.
*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza