Após a divulgação da nota do ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, fazendo apologia ao golpe militar de 1964, que resultou em 21 anos de ditadura, com institucionalização da tortura e desaparecidos políticos, foi a vez do vice-presidente, general Hamilton Mourão, se manifestar a favor de um dos períodos tenebrosos da história do país.
Em seu perfil no Twitter, Mourão afirmou, nesta quarta-feira (31/3), que, há exatos 57 anos, a população e as Forças Armadas impediam o avanço do comunismo no Brasil, contrariando os livros de História e as pesquisas da época, que apontam que a influência da União Soviética no Brasil era inócua.
“Neste dia, há 57 anos, a população brasileira, com apoio das Forças Armadas, impediu que o Movimento Comunista Internacional fincasse suas tenazes no Brasil. Força e Honra!”, postou o general.
Na nota de Braga Neto, divulgada na terça-feira, no site do Ministério da Defesa, o ministro chegou a fazer alusão à Lei da Anistia, que perdoou a parte da população que insurgiu contra a ditadura militar, mas também aos responsáveis pela tortura e assassinato de presos políticos com aval do Estado.
No texto intitulado “Ordem do Dia Alusiva ao 31 de março de 1964", o general argumenta que os eventos “só podem ser compreendidos a partir do contexto da época”. Também insiste no argumento do avanço do comunismo no Brasil.
O general encerra o texto afirmando que “o cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias”. “As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população”, escreveu. “O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março”, encerrou.