O presidente Jair Bolsonaro promoveu, na manhã desta quarta-feira (31/3), a primeira reunião do comitê de crise composto por representantes dos Três Poderes para o acompanhamento das ações do governo federal no enfrentamento à pandemia da covid-19. No encontro, o mandatário foi cobrado pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para que o Executivo crie uma plataforma que informe o número real de brasileiros vacinados contra o novo coronavírus.
Em pronunciamento à imprensa após a reunião, Lira contestou o ritmo da vacinação no Brasil e ponderou que o governo federal precisa, o quanto antes, apresentar um número oficial de quantas doses já foram aplicadas. Até o momento, o Ministério da Saúde não faz esse levantamento. Diariamente, a pasta só atualiza os números de novos casos e mortes pelo novo coronavírus, bem como o total de brasileiros recuperados da enfermidade.
“Por que o Brasil distribuiu 34 milhões de doses e só temos 18 milhões aplicadas? Não acredito, não acho que seja possível que governadores e prefeitos não estejam vacinando. Estamos com um deficit de quase 14 milhões de vacinas, isso impacta nas informações dadas aos brasileiros. Nossa solicitação é para que o Ministério da Saúde forme um grupo mais rígido de controle desses dados”, disse o presidente da Câmara.
Segundo Lira, a falta de uma estatística oficial do governo dificulta o planejamento de distribuição das doses entre as unidades da Federação. “Temos cobrado diariamente. Informação nesse período é tudo. É onde centramos todas as ações, para que elas sejam feitas sempre com a maior amplitude de positividade na cobertura vacinal de toda a população”, ponderou.
Medidas de proteção pessoal
Outro pleito dos parlamentares é o de que o governo federal incentive os brasileiros a adotarem medidas de prevenção, sobretudo de proteção pessoal. É muito importante a comunicação, que haja um alinhamento da da comunicação social do governo, da assessoria de imprensa do presidente, no sentido de haver uma uniformização do discurso de que é necessário se vacinar, usar máscara, higienizar as mãos, o distanciamento social, de modo a prevenir o aumento da doença no nosso país”, defendeu Pacheco.
O senador ainda pediu que a população não promova aglomerações no feriado da Semana Santa. “Uma sugestão muito rica do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de aproveitar o ensejo da Semana Santa, que é um feriado que tende a estimular aglomeração. Que possa o povo brasileiro ter a consciência de que precisa fazer o distanciamento social mesmo no feriado.”
"Proveito muito grande"
Apesar da cobrança, tanto Lira quanto Pacheco se disseram satisfeitos com a primeira reunião do comitê. "O nosso problema é vacinar, e esse é nosso foco, mantendo contato que os IFAs (insumos farmacêuticos ativos) não faltem ao Brasil, contato para aquisição de novas vacinas, insumos e equipamentos. E para que a população vá sabendo o que está acontecendo. É um momento de muita concentração de esforços para que todos encontrem um caminho para sair dessa crise", destacou Lira.
“Para uma primeira reunião, houve um proveito muito grande. É o primeiro grande passo de unificação, de demonstração dessa união dos Poderes da República, com um objetivo comum de enfrentamento organizado técnico-científico, com planejamento e com ações que decorram desse planejamento para esse enfrentamento da pandemia que tem se agravado cada dia mais”, reforçou Pacheco.