O presidente Jair Bolsonaro realizou uma reforma ministerial na Esplanada nesta segunda-feira (29/3). A dança das cadeiras envolve a troca de seis ministros, confirmada no fim da tarde pela Secretaria Especial de Comunicação Social. As nomeações serão publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Na Casa Civil da Presidência da República, sai o general Braga Netto e assume o general Luiz Eduardo Ramos; no Ministério da Justiça e Segurança Pública sai André Mendonça e assume o delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres; no Ministério da Defesa, sai o general Fernando Azevedo e entra o general Walter Souza Braga Netto; no Ministério das Relações Exteriores, deixa a pasta Ernesto Araújo e assume o embaixador Carlos Alberto Franco França (atual cerimonial da Presidência). Já na Secretaria de Governo da Presidência da República, no lugar de Ramos, assume a deputada federal Flávia Arruda -integrante do PL, comandado por Valdemar Costa Neto, um dos líderes do Centrão - e na Advocacia-Geral da União (AGU) retorna o ministro André Mendonça no posto deixado por Levi.
A primeira mudança do dia ocorreu com o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo em meio à pressão e à ameaça de pedido de impeachment por parte de senadores.
Pouco tempo depois, Bolsonaro pediu o cargo ao ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva. De acordo com interlocutores do presidente, no domingo ele leu a entrevista do general Paulo Sérgio, chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, concedida ao Correio. No texto, o general destaca que a taxa de mortalidade por covid-19 do Exército é de apenas 0,13%, enquanto na população em geral é de 2,5%. O presidente se irritou com a entrevista que destacou medidas que impediram mortes por covid-19 no Exército.
O advogado-geral da União, ministro José Levi Mello do Amaral Júnior, também pediu exoneração do cargo em carta enviada ao presidente nesta tarde.