Em reunião com governadores na manhã desta sexta-feira (26/3), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ouviu o pleito para que o auxílio emergencial seja mantido em R$ 600, mas alertou aos líderes estaduais que é pouco provável que as novas parcelas do benefício sejam repassadas com o mesmo valor da ajuda distribuída ao longo de 2020 às pessoas que ficaram sem renda por conta da pandemia da covid-19.
Na avaliação do parlamentar, a conjuntura fiscal do Brasil impede que a assistência continue nos mesmos moldes do ano passado. De acordo com a proposta apresentada pelo governo federal ao Congresso, as quatro novas parcelas que serão pagas em 2021 vão variar de R$ 150 a R$ 375, com valor médio de R$ 250 para cada família beneficiada.
“Quanto ao auxílio emergencial, nós temos que trabalhar com a realidade que existe no Brasil. Felizmente ou infelizmente, é uma realidade que vai socorrer as pessoas, mas que não será aquilo que desejavam as pessoas mais necessitadas do Brasil. É óbvio que gostaríamos de reeditar o do ano passado no valor de R$ 600, mas não foi possível em razão da responsabilidade fiscal e do Orçamento”, disse Pacheco, em entrevista à imprensa após a reunião.
O presidente do Senado comentou que apenas a vacinação em massa será capaz de melhorar a situação econômica do país e dos brasileiros que dependem do auxílio para sobreviver. “Nosso foco prioritário e imediato é a vacinação em larga escala. É ela que vai fazer com que nós salvemos vidas no Brasil e salvemos a economia brasileira, que precisa voltar à regularidade. A roda da economia precisa voltar a girar, mas desde que haja segurança sanitária, que virá somente com a vacina.”
Outras pautas
Os governadores também pediram a Pacheco que sejam renovadas as medidas de assistência financeira a estados, municípios e a empresas, visto que a escalada de mortes e casos de covid-19 voltou a interromper o funcionamento de algumas atividades em diversos estados do país. O senador prometeu levar a reivindicação para uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro na próxima segunda (29), a primeira do comitê de crise para acompanhamento de ações do governo contra a covid-19.
“Há uma sensibilização do Congresso Nacional, dentro da linha do que os governadores defendem, de ajuda a segmentos atingidos. Há pautas econômicas dos governadores que convergem em diversos pontos com a do Congresso. E precisam participar o governo e o Ministério da Economia para que haja uniformização disso para identificarmos qual o tamanho do orçamento possível e fazer todo esse atendimento a esses diversos segmentos e aos estados e municípios”, destacou Pacheco.