O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (23/3), em votação simbólica, uma moção de apelo à comunidade internacional para que mais vacinas contra a covid-19 sejam disponibilizadas ao Brasil diante do pior cenário da pandemia no país desde o início da crise sanitária — só nas últimas 24 horas, foram confirmadas 3.251 novas mortes, um recorde.
Agora, o texto dos senadores será enviado aos governos dos países do G20, à Organização Mundial da Saúde (OMS), à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aos parlamentos europeu e do Reino Unido, ao Congresso dos Estados Unidos e à Assembleia Popular Nacional da China. Também receberão a moção postos diplomáticos brasileiros no exterior, representações diplomáticas estrangeiras no Brasil e empresas produtoras de vacinas de combate à covid-19 em fase clínica.
Presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Kátia Abreu (PP-TO) redigiu o documento. Segundo ela, o Brasil necessita "urgentemente" vacinar, pelo menos, um terço da população nacional para que seja possível controlar a pandemia. Dessa forma, de acordo com a parlamentar, o país precisa de, no mínimo, 100 milhões de doses de vacinas para atender esse público.
No documento, ela pede o auxílio internacional para a construção de um acordo de cooperação que disponibilize, em um curto intervalo de tempo, um número maior de imunizantes para o país. Além disso, Abreu solicita à OMS que a participação do Brasil no Covax Facility, aliança internacional para desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, seja ampliada.
"Em todos os momentos dramáticos da história do mundo o Brasil deu sua contribuição. Agora, precisamos contar com a comunidade internacional, em especial dos países produtores de vacinas, bem como dos detentores de estoques estratégicos da mesma", escreveu a senadora.
"Deixar que o povo brasileiro continue a morrer sem vacinas significa uma agressão a todas as tradições humanas. É o oposto de tudo o que a civilização representa. Destrói os princípios de convivência humana. Impõe o medo e compromete a tranquilidade e segurança de todos os países", acrescentou.