O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, confirmou nesta segunda-feira (15) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avalia possíveis substitutos para o seu cargo. Ele participou de reunião com a cardiologista Ludhmila Hajjar, que era cotada para assumir a pasta, mas recusou o convite, alegando que seu trabalho é pautado pela ciência e que não há mais espaço para discutir tratamento precoce e eficácia de lockdown.
"O ministro Pazuello vai ser substituído? Um dia, sim. Pode ser a curto, médio ou longo prazo. O presidente está nessa tratativa de reorganizar o Ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normalmente. Eu não estou doente, não pedi para sair e nenhum de nós, do nosso Executivo, está com problema algum. Nós estamos trabalhando focados na missão. Quando o presidente tomar sua decisão, faremos uma transição correta como manda o figurino", afirmou o titular da Saúde.
Pazuello disse que conversou com a cardiologista Ludhmila Hajjar. E que, assim como fez com a médica, estará à disposição de quem quer que seja o substituto. "O presidente, sim, está pensando em substituição e avaliando nomes. Conversei com ele e a Ludhmila e claro que estou à disposição para ajudar todos aqueles que vierem aqui. É continuidade na missão, não há rompimento. Os senhores não estão acostumados com isso. Estão acostumados com políticos que saem e largam a caneta", comentou o ministro.
Pazuello, se colocou, ainda, à disposição de governadores e prefeitos para fazer "o que for preciso para conter a pandemia". A declaração é oposta ao posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que tem responsabilizado os mandatários estaduais e municipais pelo fracasso na contenção do vírus. O chefe do Planalto defende tratamento com remédios comprovadamente ineficazes contra a covid-19 e afirma que o fechamento do comércio não é eficaz e destrói a economia.
UTIs lotadas
Enquanto isso, apenas três estados do Brasil têm nível de ocupação de leitos de UTIs, abaixo de 80%: Amazonas, Roraima e Rio de Janeiro. O número de mortes se aproxima dos 280 mil, com recordes diários. Especialistas atribuem a piora ao relaxamento das medidas de proteção contra o vírus, como o uso de máscara e distanciamento social e às mutações do novo coronavírus.
"Reitero que o Ministério da Saúde tem todos os objetivos e interesses em apoiar estados e municípios no que for necessário para conter a pandemia. Mas há questionamentos sobre o assunto. É obrigação e interesse do Ministério ajudar. Temos que abrir leitos. Me coloco à disposição dos governadores e prefeitos para que possamos tratar individualmente cada necessidade. Toda a equipe está totalmente disponível o tempo todo", completou Pazuello.