Após ser cotada para assumir o Ministério da Saúde, a cardiologista Ludhmila Hajjar se reuniu com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) nesta segunda-feira (15/3). À CNN, a médica afirmou que recusou o cargo porque sempre teve sua vida pautada pela ciência, sem criticar diretamente o negacionismo do governo.
"Queria agradecer pela lembrança do meu nome. Ser lembrado, na carreira de médico, para assumir o cargo mais importante da sua carreira, é realmente algo que merece todo o agradecimento e honraria. E eu fiquei muito honrada pelo convite do presidente Bolsonaro. Mas acho que não é o momento para assumir a pasta do Ministério da Saúde, por alguns motivos, principalmente técnicos", disse.
Ela afirmou que suas expectativas com relação à pandemia está acima de qualquer ideologia ou expectativa que não seja pautada na ciência. "Eu sou uma pessoa que pautou minha vida nos estudos e na ciência. Vou continuar assim e vou estar sempre à disposição do Brasil. Vou estar muito honrada porque entendi que não foi um convite apenas do presidente Bolsonaro, mas de brasileiros que são líderes, como ministros e o presidente da Câmara. Isso me honra muito e mostra que o Brasil está procurando um rumo para salvar a vida das pessoas", afirmou.
O nome de Ludhmila ganhou força ontem, quando o general Eduardo Pazuello, atual chefe da Saúde, teria pedido demissão. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi rápido ao falar no nome de Hajjar para substituí-lo. Em seu perfil, ele elogiou a médica e afirmou que, para o cargo, é preciso ter capacidade técnica e de diálogo político com os inúmeros entes federativos e instâncias técnicas.
O Ministério da Saúde, no entanto, nega que Pazuello esteja deixando o cargo. "Eu não estou doente, continuo como ministro da Saúde até que o presidente da República peça o cargo. A minha missão é salvar vidas”, disse ele por meio de sua assessoria.