Brasília-DF

Denise Rothenburg deniserothenburg.df@dabr.com.br

Militares pressionam para sair da PEC Emergencial
Integrantes das Forças Armadas e de segurança em geral estão em pleno movimento na Câmara dos Deputados para que sejam uma exceção à regra de suspensão dos reajustes, benefícios e vantagens prevista para todos os servidores públicos no texto da PEC Emergencial. Se depender do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a viagem desses militares será perdida. É que, diante das dificuldades fiscais do país, no momento em que abrir exceção para uma determinada categoria, o efeito será semelhante a um estouro da boiada, ou seja, nada ficará de pé.
Lira já foi avisado: se os militares saírem da PEC, a próxima categoria será a dos professores e as carreiras típicas de estado. Se é para fazer um sacrifício, que sejam todos incluídos.

 

O “x” que eles querem
Políticos enroscados na Lava-Jato passaram o dia torcendo para que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal mantenha o julgamento do habeas corpus em que a defesa de Lula pede a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. É que, se Moro for considerado suspeito, há o risco de cair tudo. Caso contrário, vai se estreitar a perspectiva de sucesso da turma que ainda deve explicações sobre o dinheiro desviado da Petrobras. De Eduardo Cunha a Sergio Cabral, todos querem a cabeça do ex-juiz.

 

PT ganha fôlego...
Se antes da decisão do ministro Edson Fachin os petistas já estavam convictos de que o partido deveria ter um candidato a presidente da República, agora, com Lula livre para se jogar na disputa, é que todas as conversas com outros partidos vão colocar essa candidatura como inegociável.

 

...mas tem problemas
A euforia, porém, não é compartilhada pelos outros partidos de esquerda. O PDT de Ciro Gomes, o PSol de Guilherme Boulos, o PSB do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, passaram o dia em declarações para alertar que a decisão não inocentou o ex-presidente.

 

"Começou o Termidor à brasileira. Desmoralizaram o Robespierre de Curitiba”
Do ex-deputado Paulo Delgado, comparando a decisão de Fachin que anulou as condenações de Lula com a morte do líder da Revolução Francesa.

 

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Covid é o que preocupa/ Governadores fecham um documento conjunto para apresentar ao Congresso, a fim de que pedir que os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, ajudem no diálogo com o governo federal sobre a necessidade de restringir a circulação de pessoas até que a taxa de transmissão caia. Esse papel caberia ao Ministério da Saúde, que, segundo os governadores, está de mãos atadas por causa da posição do presidente Jair Bolsonaro, que abomina o fechamento de atividades em função da pandemia.

Ciro na área/ Cauteloso ao falar sobre a volta de Lula ao grid de largada de pré-candidatos para 2022, o pedetista faz questão de dizer com todas as letras que a decisão de Fachin não inocenta Lula e que o caminho até 2022 ainda é longo: “Vacina é o que interessa, o resto a gente discute em outra hora”.

A visão de Huck/ O empresário Luciano Huck (foto), integrante da paleta de opções para 2022, também comentou a decisão nas redes sociais: “No Brasil, o futuro é duvidoso e o passado é incerto. Na democracia, a Corte Suprema tem a última palavra na Justiça. É respeitar a decisão do STF e refletir com equilíbrio sobre o momento e o que vem pela frente. Mas uma coisa é fato: figurinha repetida não completa álbum”, escreveu.

Parou tudo/ Os profissionais da política nem piscaram com a decisão do STF. Sabem que, enquanto esse imbróglio jurídico da decisão de Edson Fachin não for decidido, o tabuleiro de 2022 continuará bagunçado. Diante da pandemia, ganhará pontos quem estiver dedicado a cuidar do tema da saúde, deixando a guerra eleitoral de lado.