Golpe militar

General Mourão comemora golpe militar de 1964 em postagem no Twitter

Vice-presidente celebrou, na rede social, o início dos 21 anos de ditadura militar no Brasil. No período, o governo institucionalizou a tortura e o assassinato de dissidentes políticos

Luiz Calcagno
postado em 31/03/2021 14:13
 (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Após a divulgação da nota do ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, fazendo apologia ao golpe militar de 1964, que resultou em 21 anos de ditadura, com institucionalização da tortura e desaparecidos políticos, foi a vez do vice-presidente, general Hamilton Mourão, se manifestar a favor de um dos períodos tenebrosos da história do país.

Em seu perfil no Twitter, Mourão afirmou, nesta quarta-feira (31/3), que, há exatos 57 anos, a população e as Forças Armadas impediam o avanço do comunismo no Brasil, contrariando os livros de História e as pesquisas da época, que apontam que a influência da União Soviética no Brasil era inócua.

“Neste dia, há 57 anos, a população brasileira, com apoio das Forças Armadas, impediu que o Movimento Comunista Internacional fincasse suas tenazes no Brasil. Força e Honra!”, postou o general.

Na nota de Braga Neto, divulgada na terça-feira, no site do Ministério da Defesa, o ministro chegou a fazer alusão à Lei da Anistia, que perdoou a parte da população que insurgiu contra a ditadura militar, mas também aos responsáveis pela tortura e assassinato de presos políticos com aval do Estado.

No texto intitulado “Ordem do Dia Alusiva ao 31 de março de 1964", o general argumenta que os eventos “só podem ser compreendidos a partir do contexto da época”. Também insiste no argumento do avanço do comunismo no Brasil.

O general encerra o texto afirmando que “o cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias”. “As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população”, escreveu. “O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março”, encerrou.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação