Momentos antes do anúncio do calendário do auxílio emergencial, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a política de fechamento de comércios em meio ao aumento de casos da covid-19 no país. O mandatário reconheceu que a quantia paga nesta rodada é menor, mas rebateu dizendo tratar-se de um endividamento, e que a solução é o retorno da população ao trabalho.
“O calendário com a volta do auxílio emergencial por quatro meses é mais um endividamento da União. Não é um dinheiro que estava no cofre, isso pesa para todos nós. É uma conta que fica para nós e talvez para gerações futuras também”, disse.
O chefe do Executivo relatou que se preocupa com as mortes, que chegam a mais de 317 mil no país, e comentou sobre reunião realizada nesta manhã com o Comitê de Enfrentamento à doença. “Estamos preocupados com as mortes. Hoje, o nosso comitê se reuniu de manhã com as autoridades previstas juntamente com o ministro da Saúde (Marcelo Queiroga) que está na coordenação. Como eu sempre disse, tínhamos e temos dois inimigos: o vírus e o desemprego. É uma realidade. Não é ficando em casa que nós vamos solucionar esse problema”, disparou.
Segundo Bolsonaro, o objetivo inicial do lockdown era para que os hospitais pudessem se preparar com leitos de UTI e respiradores. Ele apontou ainda que o governo federal concedeu verbas a estados e municípios, as quais caracterizou como “superavitárias”. “O governo dispensou bilhões para a saúde. É público, é notório que a arrecadação dos estados e municípios somada à ajuda do governo foram superavitárias. O governo sabe que não pode continuar com muito tempo com esses auxílios que custa para toda a população e pode desequilibrar a nossa economia”.
Em seguida, o presidente fez apelo aos chefes dos Executivos locais para que repensassem a aplicação da medida. “O apelo que a gente faz aqui é que essa política de lockdown seja revista. Isso cabe na ponta da linha aos governadores e aos prefeitos porque só assim nós podemos voltar a normalidade”.
Bolsonaro disse também que o país se encontra em uma posição privilegiada na vacinação e repetiu que deseja o retorno da população ao trabalho. “O Brasil em números absolutos e relativos também está numa posição bastante privilegiada. Gostaríamos de ser os primeiros, mas fazemos o possível para atender a população como vacinas. Agora, repito, o Brasil tem que voltar a trabalhar, a população brasileira tem que voltar a trabalhar”.
Estado de sítio
O presidente comparou novamente o fechamento de comércios e o toque de recolher comestado de sítio. “Algumas medidas, alguns decretos têm se superado, e muito, para o que seria até mesmo um estado de sítio no Brasil. O estado de sítio não é o presidente que decreta. Ele pode até mandar no decreto para o parlamento, mas só depois que a Câmara e o Senado concordassem com isso é que ele entraria em vigor lá na frente. Essa política, entendo eu, desse isolamento, dessas medidas restritivas, com toque de recolher, com supressão do direito de ir e vir, extrapola em muito até mesmo um estado de sítio. Eu apelo a todas as autoridades do Brasil que revejam essa política e permitam que o povo vá trabalhar”, pediu.
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