A escolha do delegado da Polícia Federal Anderson Torres para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, no lugar de André Mendonça, por enquanto, conta com o apoio de categorias policiais. A avaliação dos setores é de que ele tem boas credenciais para chefiar a pasta, visto o histórico recente como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e, obviamente, o vínculo com a PF. Mesmo assim, já há uma cobrança por parte das corporações para que ele seja independente do presidente Jair Bolsonaro e dos filhos do mandatário, com quem mantém amizade há um bom tempo.
Nos últimos meses, causou incômodo na PF a abertura de inquéritos, pelo então ministro André Mendonça, contra opositores de Bolsonaro que fizeram críticas à forma como o presidente tem enfrentado a pandemia. Ao ordenar as investigações, Mendonça pediu que a PF interrogasse as pessoas que se manifestaram contra o chefe do Executivo. Dessa forma, na corporação, há expectativa de que a instituição deixe de ser usada para fins políticos.
De todo modo, como a nomeação de Torres para a pasta ainda está muito recente, policiais preferem acreditar que ele não deixará de cumprir com as obrigações e que vai separar bem quais são as competências de instituições policiais sob o arcabouço do ministério.
“Se a única credencial do Anderson fosse o contato com o presidente e os filhos, poderíamos ter algumas ressalvas. Mas essa experiência que ele teve no DF deixa os delegados mais tranquilos em relação a ele ser uma pessoa tecnicamente preparada. Mas só vamos ver isso na prática. Vamos saber no dia a dia”, afirmou o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva.
Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) reforçou o anseio para que as instituições policiais não sejam afetadas pela política.
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