O Ministério da Defesa informou nesta terça-feira (30/3) a saída dos comandantes das três Forças Armadas. No Exército, deixa o cargo Edson Pujol; na Marinha, Ilques Barbosa; e na Aeronáutica, sai Antônio Carlos Moretti Bermudez. A troca foi um pedido do presidente Jair Bolsonaro. Eles entregaram os postos um dia após o chefe do Executivo ter pedido o cargo ao ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
De acordo com interlocutores do presidente, no domingo ele leu a entrevista do general Paulo Sérgio, chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, concedida ao Correio. O presidente se irritou com as declarações que destacaram medidas que impediram mortes por covid-19 no Exército. A pasta ainda não anunciou os substitutos.
A decisão da demissão dos comandantes foi comunicada em reunião realizada nesta terça, com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto; do ex-ministro Fernando Azevedo; e dos Comandantes das Forças.
De acordo com fontes militares, a reunião foi tensa, como diversos momentos acalorados. O comandante da Marinha se posicionou claramente contra as intensões do Planalto, principalmente pela troca no comando do Exército.
Braga Netto, de acordo com fontes, já chegou na reunião com a ordem expressa do presidente para trocar os comandos — o que poderia ocorrer imediatamente ou de maneira escalonada, com período de transição. Os militares se negaram a aceitar qualquer determinação de Jair Bolsonaro.
O preferido do presidente para ocupar o comando do Exército é o general Marco Antônio Freire Gomes. No entanto, se ele for alçado ao posto, leva quatro generais quatro estrelas, mas antigos, para a reserva. Pela hierarquia militar, se um mais novo assume o cargo mais elevado da força-terrestre (abaixo do presidente), os outros passam para a reserva para não ocorrer quebra da ordem hierárquica.
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