MERCOSUL 30 ANOS

Mercosul: Bolsonaro critica regra que exige consenso entre membros do bloco

Presidente afirmou durante discurso na reunião do bloco, nesta sexta-feira (26/3), que a regra "não pode ser transformada em instrumento de veto ou freio permanente"

Sarah Teófilo
postado em 26/03/2021 11:52 / atualizado em 26/03/2021 11:53
 (crédito: Reprodução/TV Brasil)
(crédito: Reprodução/TV Brasil)

Em seu discurso na reunião do Mercosul, com os chefes de estados dos outros países que integram o bloco, o presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta sexta-feira (26/3), a regra que exige consenso entre membros do grupo para tomada de decisões. O encontro virtual comemora 30 anos de bloco, que tem como proposta a integração entre os países, no qual cada país tem um voto e as decisões precisam ser tomadas por consenso.

“Entendemos que a regra do consenso não pode ser transformada em instrumento de veto ou freio permanente. O princípio da flexibilidade está escrito no próprio tratado de Assunção (capital do Paraguai). O Brasil deseja contar com o apoio dos demais membros do bloco para seguir ampliando a rede de negociações comerciais extra regionais, de modo a contribuir para rápida retomada do crescimento e impulsionar um novo ciclo virtuoso no Mercosul”, disse.

A fala do presidente se deu após discurso do chefe de Estado da Argentina, Alberto Fernández, que falou sobre a necessidade de união entre os países do bloco em um momento crítico da pandemia. Fernández ressaltou a união para gerar um bloco mais forte, dizendo ser importante “independente de partido ou ideologia”. “Que possamos construir o Mercosul que nos falta. É tempo de unidade”, afirmou.

Bolsonaro pontuou sobre a necessidade de se levar adiante uma agenda de modernização do bloco, com “compromisso e espírito de cooperação entre os membros”. “Diferenças de perspectivas que existam entre nós, de natureza política ou econômica, não devem afetar o andamento do projeto de integração, desde que respeitados os princípios que balizam o bloco”, pontuou.

O presidente ainda falou que o Brasil deseja "aprimorar as regras que valorizem o ambiente de negócios".

"Precisamos superar as lacunas no setores automotivos e açucareiros, e alinhar as normas vigentes às melhores práticas e padrões internacionais. Em respeito à concepção original do Mercosul, precisamos dar exemplo com resultados concretos, com emprego e renda aos nossos cidadãos, com apoio aos nossos empresários e com mercadorias mais baratas e de qualidade à disposição de todos os consumidores. Desejamos que os resultados reflitam as premissas de liberdade política e econômica, expressas no tratado de Assunção", afirmou.

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