O ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta (DEM), que deixou o governo, no ano passado, por divergências com o presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia, disse esperar que o comitê criado nesta quarta-feira (24/3) para unir os três Poderes na resposta à crise sanitária resulte em um pacto real e efetivo para o país. Segundo ele, se os detentores do poder político e econômico não se unirem, "o barco afunda".
"Estamos morrendo, sem assistência à saúde, sem vacinas, com fome, sem emprego, falências, abismo fiscal. Se os que têm poder — político e econômico — não se unirem e agirem de forma coordenada, o barco afunda", disse Mandetta pelas redes sociais, logo após a reunião entre Bolsonaro e representantes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual foi anunciada a criação do comitê. "Esperemos que o compromisso maior com a vida e com o Brasil prevaleça e se transforme em ações concretas", continuou o ex-ministro.
Esperemos que o compromisso maior com a vida e com o Brasil prevaleça e se transforme em ações concretas.
— Henrique Mandetta (@lhmandetta) March 24, 2021
Três pilares
Mandetta também defendeu que as ações do comitê sejam baseadas em três pilares. O primeiro pilar, segundo ele, é o de "defesa da vida, no qual todos se comprometam com o sistema de saúde e seus eixos", o segundo é "a harmonia entre Poderes e a reafirmação do pacto federativo, no qual não se terceirizem culpas e se clame por união", e o terceiro, um "um pilar econômico e social, em que empresariado e voluntariado busquem dar o apoio necessário e urgente aos mais vulneráveis economicamente".
O ex-titular da Saúde voltou a defender que as ações de enfrentamento da pandemia sejam baseadas na ciência. "A crise é maior do que todos, e todos perdem da maneira como está. Diante da gravidade do quadro atual, não há outra opção que não seja caminharmos juntos, guiados pela ciência, pelo respeito à vida e pelo compromisso com a recuperação econômica", disse, acrescentando que "a sociedade clama e a classe política parece estar entendendo".
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