O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (22/03), que ainda não foi convencido a mudar a postura diante do avanço pandemia de covid-19 no país, que já contabiliza mais de 280 mil brasileiros mortos.
"Devo mudar meu discurso? Me tornar mais maleável? Devo ceder, fazer igual ao que a grande maioria está fazendo? Se me convencerem do contrário, eu faço. Mas não me convenceram ainda. Devemos lutar contra o vírus, e não contra o presidente", apontou.
O presidente voltou a tentar justificar a demora da vacinação no país e questionou qual país não tem problemas para conseguir os imunizantes. "Nós somos o quinto país que mais vacina em valores absolutos. A Fiocruz entra na segunda semana com a produção semanal de 5 milhões de doses. Está faltando vacina? Queríamos mais. Mas dentro da disponibilidade do mundo, somos algo excepcional. Qual país do mundo não tem problema com vacina?", perguntou.
Lockdown nacional
Bolsonaro voltou a tecer críticas contra o fechamento de comércios e relatou que o mesmo não é eficaz. Ele ainda se valeu de uma declaração de David Nabarro, emissário da OMS, retirada de contexto. "Querem, alguns setores importantes da sociedade, que eu decrete um lockdown nacional ou um lockdown regional. Porque eu devo seguir a ciência. Então eu vou seguir a ciência. Declarou aqui David Nabarro, emissário da OMS: “e, portanto, apelamos a todos os líderes mundiais, parem de usar o lockdown como seu método de controle primário...", citou.
Ele ainda completou: "Diz, então, a OMS, que a única consequência do lockdown é transformar as pessoas pobres em mais pobres. E alguns querem que eu decrete o lockdown? Me chamam de negacionista ou de ter discurso agressivo. Respeitem a ciência. Não deu certo. Não estou afrontando ninguém, estou seguindo a OMS. Não podemos transformar os pobres em mais pobres", emendou.
Navarro defendeu, porém, que o retorno ocorresse em países onde a situação dos hospitais estivesse sob controle e em queda de casos da doença, o que não é o caso do Brasil. Bolsonaro repetiu que é necessário se preocupar com as vidas, mas também com a economia.
"Temos que nos preocupar com vidas, sim, mas também com empregos. Uma pessoa desempregada por ter problemas que levam ao óbito. Vamos buscar uma melhor maneira de atender a população? Vamos. Parece que só no Brasil está morrendo gente. Lamento o número de mortes, qualquer morte. Não sabemos onde isso vai acabar, se vai acabar um dia. Vamos ficar fechados até quando? Estou preocupado com vidas, sim", declarou.
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