Verba pública

PSB pede investigação de compra de bacalhau e salmão pelas Forças Armadas

Partido acionou a Procuradoria-Geral da República para apurar o caso. Em outra investigação, TCU deve fiscalizar a compra de picanha e cerveja

Agência Estado
postado em 18/03/2021 14:50 / atualizado em 18/03/2021 21:28
 (crédito: Acácio Pinheiro/Agência Brasília )
(crédito: Acácio Pinheiro/Agência Brasília )
Dez parlamentares do PSB apresentaram representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito para apurar as despesas das Forças Armadas com a compra de bacalhau, salmão, filé mignon e uísque, itens de luxo que foram bancados com verba pública. Em fevereiro, o partido fez levantamento semelhante que apontou gastos do Exército, Marinha e Aeronáutica com 700 mil quilos de picanha e 80 mil cervejas.
Nesta quarta, 17, o Tribunal de Contas da União (TCU) informou que iria apurar as despesas das Forças Armadas com picanha e cerveja.
Segundo os parlamentares do PSB, novamente 'chama a atenção a compra de itens sofisticados' pelas Forças Armadas: foram 9,7 mil quilos de filé de bacalhau, 139 mil quilos de lombo de bacalhau, 438 mil quilos de filé de salmão e 1,2 milhão de quilos de filé mignon bovino. As informações foram colhidas nos dois sistemas disponibilizados pelo Governo Federal para monitoramento de gastos da União.
"Tal situação revela o apreço das Forças Armadas por iguarias especiais de alto custo. Aparentemente, em seus cardápios, nossos militares não demonstram o 'patriotismo romântico' que muitos lhe atribuem", afirmam os parlamentares. "A compra de tamanha quantidade é questionável, pois demonstra a ostentação que a classe mantém no momento em que o País enfrenta uma grave crise sanitária e econômica".
Em fevereiro, levantamento feito pelos parlamentares demonstrou a compra de mais de 700 mil quilos de picanha e 80 mil cervejas pelas Forças Forçadas. Para um dos cortes de carne mais nobres do País, foram escolhidas como referência peças das mais caras. Entre as cervejas, privilegiou-se o puro malte, entre outras.
O Ministério da Defesa afirmou na ocasião que as informações apresentadas pelo PSB eram 'absolutamente equivocadas'. O órgão, porém, não explicou as razões que levaram à aquisição de cerveja e picanha.
"Ficou claro que as quantidades adquiridas e os valores efetivamente gastos com os determinados produtos eram de 10 a 20 vezes menores do que foi divulgado", afirmou a pasta em fevereiro. "O Ministério da Defesa e as Forças Armadas reiteram seu compromisso com a transparência e a seriedade com o interesse e a administração dos bens públicos. Eventuais irregularidades são apuradas com rigor".
COM A PALAVRA, AS FORÇAS ARMADAS
Prezado editor,

Gastos das Forças Armadas vêm sendo divulgados de forma distorcida.

A alimentação de 370 mil militares, em 1.600 organizações militares, em todo o País, é prevista em lei. Militares não recebem auxílio alimentação. O valor da etapa diária é R$ 9,00 por militar, para o preparo das três refeições. Não é justo nem correto falar em gastos exorbitantes.

Devido ao grande efetivo, a soma anual de cada item é elevada. Além disso, Atas de Registro de Preços estão sendo divulgadas incorretamente como gastos.

Com leite condensado, que deu início às distorções foi gasto dez vezes menos que o noticiado, equivalendo a 0,8 lata por militar no ano. Outros itens, anunciados com alarde, sequer foram comprados.

Distorções se repetem a cada “descoberta” oportunista e sensacionalista.

Os processos de compra são transparentes e auditados por órgãos de controle interno e externo.
O Ministério da Defesa e as Forças Armadas possuem compromisso com transparência, austeridade e permanente aperfeiçoamento.

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA DEFESA
 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.