Não é a primeira vez que a cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar é cotada para assumir a gestão do ministério que lidera as ações de combate à pandemia da covid-19. Quase um ano após o nome ter sido apontado para substituir o então ministro Luiz Henrique Mandetta, a médica voltou ao radar. Ela se reuniu ontem com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Mas a nomeação ainda está em suspense.
Hajjar não assumiu o ministério da Saúde em abril de 2020, mas passou o ano na linha de frente da covid-19. Desenvolveu pesquisas e tratou pacientes, incluindo o atual chefe da Saúde, Eduardo Pazuello, quanto este testou positivo para o vírus.
Formada pela Universidade de Brasília (UnB), Ludhmila é especialista em clínica médica — dirige a própria clínica em São Paulo — cardiologia, terapia intensiva e medicina de emergência. Também é professora da Associação de Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP, diretora de tecnologia e inovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, coordenadora de cardio-oncologia do InCor, além de participar de atividades assistenciais, de ensino e pesquisa.
Natural de Anápolis (GO), participou das decisões de enfrentamento junto ao prefeito Roberto Naves (PP), como conselheira médica. Ela atuou, ainda, como Coordenadora da UTI Cardio Covid do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e exerce a especialidade na Incor e na rede de hospitais Vila Nova Star, tendo longa passagem, ainda, pelo Sírio Libanês.
Ainda no âmbito da pandemia, Hajjar foi uma das técnicas convidadas por Bolsonaro para discutir tratamentos e protocolos adotados contra a covid-19. Diferentemente do presidente, entretanto, a médica intensivista defende o isolamento social e é terminantemente contra o uso da cloroquina para o tratamento da covid-19.
Em entrevista recente ao Jornal Opção, a médica fez uma avaliação categórica sobre o enfrentamento da pandemia, sob responsabilidade direta de Eduardo Pazuello. “O Brasil está fazendo tudo errado na pandemia e está pagando um preço por isso”. Ludhmila frisou a importância da vacinação e a necessidade urgente de rever as formas de condução da pandemia. “O que realmente faltou foi ciência, combater o negacionismo, união das classes. Não tem sentido, no momento em que as pessoas estão morrendo por falta de leitos, governador e presidente ficarem trocando farpas”, avaliou.
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